A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) disse esta segunda-feira que vai manter a greve convocada para amanhã e quarta-feira e que a paralisação só seria desconvocada face a "uma abertura verdadeira" do Ministério da Saúde em resolver a atual situação dos médicos.
À entrada para o Fórum Médico, um encontro de emergência a decorrer hoje na Ordem dos Médicos, no Porto, Joana Bordalo e Sá disse à Renascença que a estrutura sindical "mantém o seu protesto e espera sair daqui com reforços para esta greve e para a manifestação em Lisboa na terça-feira".
Joana Bordalo e Sá acusa o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, de ser responsável pelo que diz ser "um dominó de tragédias anunciadas" e potenciais eventos fatais decorrentes do fecho de várias urgências.
Referindo-se ao protesto frente ao Ministério da Saúde, marcado para amanhã, às 15h, a responsável da FNAM disse que serve para "fazermos valer a nossa voz, para fazermos valer a nossa força, de que os médicos estão unidos nesta luta que é de todos, que é pelos utentes e doentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS)".
Questionada sobre o que seria necessário para desconvocar a greve nacional marcada para amanhã e quarta-feira, 17 e 18 de outubro, Joana Bordalo e Sá disse que o objetivo dos médicos é "desbloquear todo este processo" de negociações em curso com a tutela.
"Os médicos estiveram 16 meses em negociação e não houve vontade política para resolver absolutamente nada. Vamos ver se na quinta-feira nos mostram efetivamente que há uma abertura verdadeira para tentar resolver esta situação, mas é na mesa negocial que isto se vai tentar resolver."
Para quinta-feira está marcada uma nova reunião dos sindicatos de médicos e o ministro da Saúde.
Essa reunião vai ter lugar dias depois de os médicos terem rejeitado a mais recente proposta do Governo, que passa pelo pagamento de um suplemento de 500 euros/mês para os médicos que realizam serviço de urgência e a possibilidade de poderem optar pelas 35 horas semanais.