Duas pessoas ficaram hoje feridas numa intervenção da polícia venezuelana, que impediu a entrada de centenas de manifestantes que queriam acompanhar os camiões com ajuda humanitária da cidade colombiana de Cúcuta até à Venezuela.
Os agentes da polícia utilizaram gás lacrimogéneo contra centenas de civis, que se concentraram desde manhã cedo junto à ponte fronteiriça Simon Bolívar e que responderam com arremesso de pedras.
Hoje é a data limite anunciada pelo autoproclamado Presidente interino venezuelano, Juan Guaidó, para a entrada no país de 14 camiões e 200 toneladas de ajuda humanitária reunida para a Venezuela.
Juan Guaidó, opositor de Maduro e reconhecido por mais de 50 países como Presidente interino do país, prometeu introduzir essa ajuda humanitária na Venezuela neste dia, numa operação para a qual estão mobilizados milhares de cidadãos.
Aumenta para 13 o número de militares e de polícias que desertaram
Pelo menos 11 militares e dois polícias venezuelanos decidiram hoje desertar, deixando de apoiar o regime de Nicolas Maduro, segundo avançou a agência EFE, citando dados do departamento Migração da Colômbia.
“No Departamento de Norte de Santander da Migração da Colômbia estão a decorrer entrevistas com 10 elementos da Guarda Nacional da Venezuela e com duas mulheres da Polícia Nacional Bolivariana, que chegaram ao país fugindo da ditadura de Nicolas Maduro", avançou a agência EFE, referindo ainda um relatório oficial que dá conta da entrega de mais um militar no departamento de Arauca.
O número de deserções de militares venezuelanos foi aumentando ao longo do dia tendo também sido esta a opção do major-general Hugo Parra Martinez, cuja fuga foi acompanhada em direto pelas televisões.
O gesto de Hugo Parra Martinez foi ao encontro do apelo do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, que pediu aos militares do seu país que se coloquem “do lado certo da história”.
Horas antes, quatro efetivos da Guarda Nacional Bolviariana (polícia militar) tinham também desertado, igualmente na fronteira entre a Venezuela e a Colômbia, e pedido proteção das autoridades na cidade colombiana de Cúcuta, revelaram fontes oficiais.
Entre os elementos da Guarda Nacional da Venezuela que optaram por virar as costas a Maduro estão ainda o tenente Richard Sanchez Zambrano e os sargentos Edgar Valera e Oscar Torres Suarez Torres.
Mais tarde, um tenente da Marinha Bolivariana e um major das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) juntaram-se ao grupo de desertores. O tenente atravessou o rio Arauca e pediu proteção, afirmando que não estava a desertar mas a unir-se à causa humanitária.
[Notícia atualizada às 20h26]