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Mais de 70 mil portugueses já pediram apoio psicológico nos últimos 11 meses. O número é avançado à Renascença pela Ordem dos Psicólogos que criou com o Serviço Nacional de Saúde uma linha telefónica de apoio ligada ao SNS 24.
“É um número bastante significativo e que revela que havendo uma resposta a este nível as pessoas recorrem. Nos serviços, quer em centros de saúde, quer em cuidados hospitalares, temos observado um acréscimo de solicitações”, disse a vice-presidente da Ordem.
Numa altura em que já é certo que vai continuar a vigorar o estado de emergência, Renata Benavente confirma a existência de sinais de "fadiga pandémica".
“Traduzem-se precisamente neste desânimo, neste cansaço, e nesta dificuldade em respeitar algumas das regras que pode culminar na adoção de alguns comportamentos de risco”, explica.
Neste sentido, Renata Benavente acredita que a divulgação de um plano de desconfinamento “seria uma boa medida”, pois “daria alguma perspetiva de controlo da situação, podíamos antecipar aquilo que se prevê ocorrer a curto prazo e isso seria muito organizador”.
A vice-presidente da Ordem revela ainda que já há estudos que indicam "o aparecimento de alterações quer a nível emocional, quer até comportamental" nas crianças e jovens.
"São grupos etários que merecem uma atenção muito especial e a criação de respostas que previnam o desenvolvimento de outras alterações", remata.
O Parlamento vai debater e votar, esta quinta-feira, a renovação do estado de emergência até 16 de março.
O período de estado de emergência atualmente em vigor termina às 23h59 da próxima segunda-feira, 1 de março. Esta renovação terá efeitos no período entre 2 e 16 de março.
Ao abrigo do estado de emergência, o Governo impôs um dever geral de recolhimento domiciliário e a suspensão de um conjunto de atividades, desde 15 de janeiro. A partir de 22 de janeiro, os estabelecimentos de ensino foram encerrados, primeiro com uma interrupção letiva por duas semanas, e depois com aulas em regime à distância.
Em Portugal, já morreram mais de 16 mil doentes com covid-19 e foram contabilizados até agora mais de 800 mil casos de infeção com o novo coronavírus que provoca esta doença, de acordo com o último Direção-Geral da Saúde (DGS).