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As orientações que têm saído para o terreno, relativamente aos cuidados com a Covid-19 e ao relançamento das atividades, são muitas e nem sempre claras, por isso, a AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal defende que é preciso esclarecer um setor que está em sérias dificuldades e precisa de trabalhar.
Em declarações à Renascença, a secretária-geral AHRESP, Ana Jacinto, explica que “a lei permite a reabertura de quintas de eventos. Não se podem fazer celebrações com aglomerações superiores a 20 pessoas, com exceção de eventos de natureza familiar, casamentos, batizados, cerimónias civis e religiosas, eventos corporativos. Quanto a estes não há limitação de pessoas”.
Ana Jacinto acrescenta que estes eventos “podem realizar-se respeitando as orientações da Direção Geral da Saúde” e, para já, “é preciso seguir as regras da restauração”.
A AHRESP apercebeu-se da confusão de interpretações. “Os empresários depreendiam que estes eventos não podiam acontecer com mais de 20 pessoas, mas podem”. Até à data estes eventos “não têm limitação de número de pessoas”, afirma Ana Jacinto, lembrando que esta atividade “deve retomar porque as empresas estão sufocadas”.
Há uma questão a não perder de vista, “a lotação deve ser reduzida a 50%. Para manterem os 100% têm de ser criadas barreiras físicas, o que não é fácil”.
“Se o espaço tem capacidade para 100 pessoas, têm de estar 50 e com separação de dois metros entre elas. Os colaboradores têm de usar máscara, o espaço higienizado, as mesas só podem ser colocadas depois das pessoas sentadas”, esclarece a secretária-geral da AHRESP.
Cascatas de camarões? Buffets de casamento vão mudar
Ana Jacinto explica que o buffet nos eventos “não pode ter o conceito habitual como até agora era conhecido. Pode ser feito? Sim, mas não é o cliente que se serve sozinho. O serviço tem de ser feito por um colaborador e todos os produtos devem estar resguardados”, para não estarem muito expostos.
A AHRESP considera que é importante que seja explicado ao cliente que as coisas mudaram e o consumidor precisa de estar informado para tudo correr bem. “É, de facto, um transtorno, uma mudança significativa do conceito, mas se não for assim o serviço não pode ser concretizado e não há eventos”, admite.
“Não é simpático sentar numa mesa que ainda está despida. Era simpático os noivos sentarem-se na mesa já pronta. Não é agradável, mas são as contingências desta fase, e temos todos de cooperar”, refere Ana Jacinto, que acrescenta: “por mais estranho que pareça e seja desconfortável, tem de ser assim”.
Corte do bolo e insufláveis para crianças permitidos
Não há regras para o corte do bolo dos noivos e para assistir ao fogo de artifício ou até para os espaços infantis com insufláveis por cauda da pandemia de Covid-19.
Todos eles ocorrem por natureza ao ar livre e, nessas circunstâncias, “preconiza-se apenas o distanciamento tal e qual como numa esplanada. O aconselhado distanciamento social”.
Casamentos e eventos sem dança
O que não pode haver, para já, nos eventos é a tradicional pista de dança, onde noivos, familiares e amigos dão uns “passinhos” e descontraem depois de um dia de emoções fortes.
Ana Jacinto diz que “não está ainda regulamentada, não há regras definidas e não devem, por isso, ser disponibilizadas condições para tal”, lembrando que as discotecas e pistas de dança não estão abertas e autorizadas.
Dificuldades e desemprego
“Os fornecedores dos vinhos, águas, cervejas e café trabalham muito para o setor da restauração e hotelaria e estão dependentes destas actividades”, alerta a AHRESP.
A associação revela que todos os dias lhe chegam “relatos dramáticos de quem não consegue suportar despesas e vai ter de mandar pessoas embora”.
A secretária-geral da AHRESP considera que houve medidas de ajuda boas, como a isenção do pagamento especial por conta (PEC) e da taxa social única (TSU) à Segurança Social.
Mas houve também más decisões. “Tivemos moratórias nas rendas, mas têm de ser pagas! As moratórias acabaram, agora os empresários vão pagar as rendas atuais e a moratória, pessoas que estão a faturar 10% ou menos, é muito difícil”, confessa Ana Jacinto.