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“[Sobre] as vacinas produzidas na Rússia, a nossa posição é muito clara: nós não distinguimos vacinas segundo a nacionalidade das empresas produtoras, nós distinguimos vacinas segundo a sua qualidade e a sua fiabilidade”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros.
Augusto Santos Silva falava com os correspondentes em Bruxelas após o Conselho de Negócios Estrangeiros onde os chefes de diplomacia da UE abordaram a relação do bloco com a Rússia.
Frisando que “não são os políticos”, nem são “os corpos ou as instâncias políticas de decisão da UE” que decidem se “as vacinas são suficientemente fiáveis, suficientemente eficazes e suficientemente seguras” para serem autorizadas em solo europeu, Augusto Santos Silva disse que é “uma instância técnica por critérios puramente técnicos” que o faz, referindo-se à Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês).
“Das três vacinas que são produzidas na Rússia, que foram descobertas e desenvolvidas por laboratórios e empresas russas, uma delas, a Sputnik V, já foi apresentada à EMA para procurar nela obter uma certificação, e esse processo técnico está em curso”, apontou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros respondia assim a uma pergunta sobre se confirmava que, durante uma conversa telefónica que hoje teve lugar entre o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o Presidente russo, Vladimir Putin, os dois responsáveis tinham falado sobre a vacina Sputnik V.
Abordando o telefonema em questão, Augusto Santos Silva disse que o presidente do Conselho Europeu expressou em nome dos Estados-membros as “preocupações” da UE com a Rússia.
“Nós estamos interessados em ter uma comunicação política e uma cooperação com a Rússia em áreas que são de interesse comum para os dois blocos, mas usamos também firmeza quanto a comportamentos da Rússia que são hostis e agressivos em relação à UE e a decisões da Rússia em relação à UE que não são aceitáveis”, informou.
A EMA iniciou a 4 de março um processo de “análise contínua” da vacina russa contra a Covid-19, a Sputnik V, para determinar a sua conformidade com os requisitos da UE em matéria de eficácia, segurança e qualidade.
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE discutiram hoje as relações do bloco com a UE de maneira a preparar o “debate estratégico” que os chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros irão ter durante a cimeira europeia da próxima quinta e sexta-feira.