Costa "eucalipto" rodeado por "imaturidade que não existia no anterior Governo"
05-07-2022 - 20:29
 • Pedro Mesquita

Na leitura do filósofo José Gil, além da falta de “direção e de planos” em Portugal, tem-se agravado a desorganização da própria estrutura governativa.

O filósofo José Gil considera que as crises recentes no país mostram que há mais “imaturidade” no novo Governo de maioria absoluta e um primeiro-ministro que seca tudo à volta, como um "eucalipto".

A desautorização do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, por causa do novo aeroporto de Lisboa, foi apenas mais um episódio, afirma o pensador em declarações à Renascença.

“Um exemplo deste problema foi na aberração o que aconteceu agora com o ministro das Infraestruturas. Houve ali desejo de afirmação que não existe noutros. Deu asneira, a afirmação foi absurdo, mas isso foi revelador”, sublinha.

Na leitura do filósofo José Gil, além da falta de “direção e de planos” em Portugal, tem-se agravado a desorganização da própria estrutura governativa.

O primeiro-ministro tem secado o terreno à sua volta, num Governo que é agora mais imaturo do que o anterior, também liderado por António Costa.

“Há quem tenha falado no eucalipto. O que me espanta é que não sendo um chefe de Governo com tendências autocráticas, prepotentes ou autoritárias, como Cavaco Silva, por exemplo, sendo um democrata, ele secou o terreno à volta dele. Os ministros estão dependentes, quando ele não está presente há uma falta de coordenação, de direção”, argumenta José Gil.

O filósofo considera que a desorganização agravou-se com o novo Governo de maioria absoluta.

“A necessidade de ter um primeiro-ministro presente, atuante todos os dias internamente, essa exigência é muito maior hoje, porque os ministros… há como uma espécie de imaturidade que não existia no anterior Governo. No anterior Governo tínhamos personalidades afirmadas, que sabiam o que queriam. Parece-me que falta uma presença atuante do primeiro-ministro e ministros com maturidade e responsabilidade de homens de Estado”, conclui o pensador em declarações à Renascença.