Veja também:
- Os últimos números da pandemia em Portugal e no mundo
- Todas as notícias sobre a pandemia de Covid-19
- Guias e explicadores: as suas dúvidas esclarecidas
- Boletins Covid-19: gráficos, balanços e outros números
Os tradicionais compasso e visitas de Páscoa não são permitidos este ano devido à pandemia de Covid-19, bem como qualquer saída simbólica da cruz, indica o arcebispo primaz de Braga numa nota pastoral sobre a retoma das celebrações com fiéis.
D. Jorge Ortiga assinala a necessidade de continuar a celebrar a Páscoa, mas de uma forma diferente de outros anos e com mais precauções.
"O período da Páscoa não será celebrado com os habituais sinais festivos dos compassos pascais que caminham pelas ruas e entram nas casas. Desprovidos de sinais, devemos promover encontros de interioridade com Cristo vivo para que Ele, o Bom Samaritano, percorra os caminhos da vida com os seus problemas e dificuldades, oferecendo, por intermédio de todos os cristãos, uma presença libertadora", refere a nota pastoral "A graça dos tempos que vivemos" (leia aqui em versão PDF).
Sobre a reabertura das igrejas, D. Jorge Ortiga afirma que não é possível haver orientações uniformes para todas as comunidades.
Apela, por isso, a uma "criatividade responsável" que tenha sempre em consideração as orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS) e que não ofereça a mínima hipótese de contágio por Covid-19.
Distanciamento nas celebrações e a higienização frequente de espaços e mãos, são algumas das indicações do arcebispo de Braga.
Para as celebrações pascais, a nota de D. Jorge Ortiga deixa um conjunto de procedimentos de segurança sanitária. A cerimónia do lava-pés não se vai realizar, só o sacerdote pode beijar a cruz e não será permitira a troca de ramos.
"No Domingo de Ramos celebraremos a comemoração da entrada de Jesus em Jerusalém segundo a segunda forma prevista pelo Missal Romano. Evitem-se ajuntamentos e os ministros e os fiéis tenham nas mãos os ramos de oliveira, não permitindo a entrega ou troca de ramos. Na missa vespertina da «ceia do Senhor» omita-se o lava-pés. O ato de Adoração da Cruz, na Sexta-feira Santa, o beijo da cruz, seja limitado só ao Presidente da Celebração. Há diversas modalidades de adoração da Cruz sem necessidade de beijar. Não é permitida a realização do Compasso ou Visita Pascal, assim como qualquer «saída simbólica da cruz»", sublinha.
Em relação aos funerais em tempo de pandemia, D. Jorge Ortiga determina que "ninguém deve ser privado de eucaristia e de acompanhamento aos cemitérios. Também os velórios são momento de sufrágio e de proximidade com os familiares".
Em relação a outras celebrações, nomeadamente casamentos e baptizados, a nota pastoral defende que é preciso ser realista e esperar pela "real evolução da pandemia".
"Todos os casos devem ser ponderados com um grande sentido de responsabilidade. Não se trata de fazer ou não fazer. Não paremos. A vida das comunidades continua. Talvez com menos concentrações e sinais exteriores mas com mais profundidade no essencial de um encontro pessoal e comunitário com o Cristo", sublinha.
Sobre as festas de verão, o arcebispo diz que, "com toda a probabilidade, não poderão ter grandes manifestações exteriores, nomeadamente procissões", mas devem acontecer adaptadas à nova realidade.
"Não as cancelemos. Há modos de as fazer. É chegada a hora de voltar aos Tríduos ou Novenas, estruturados de uma maneira diferente e adaptada à diversidade de grupos da paróquia. Precisamos de regressar ao essencial e podem ser feitas experiências maravilhosas", sustenta D. Jorge Ortiga.