O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), padre Lino Maia, antecipa preocupações em relação ao novo ano e diz que o país corre o risco de "uma progressiva ingovernabilidade".
Em declarações à Renascença, Lino Maia diz temer também pelo "incumprimento do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] e pela possibilidade de uma recessão" e defende que no próximo ano se pense na necessidade de reconhecer a proteção social como um direito universal.
Pouco otimista para 2024, o sacerdote afirma que “o entrincheiramento de posições inviabiliza consensos nacionais para o sério combate à pobreza, e à inclusão social, e em particular à procura de soluções para os sem-abrigo”.
Lino Maia insiste na necessidade de uma revisão constitucional com a "inclusão da proteção social como direito universal", porque “há o sério risco de o Estado abandonar a obrigatoriedade de assegurar a proteção social”.
“Era importante que a revisão constitucional avançasse com a inclusão da proteção social como um direito universal”, insiste.
Entre as preocupações do padre Lino Maia está, também, "o progressivo aumento dos extremismos".
O presidente da CNIS diz que "falta o estabelecimento de um consenso nacional moderado", na antecâmara de um ano com eleições legislativas, europeias e regionais nos Açores.
“São extremismos radicalistas, ineficazes e inconsequentes que eliminam qualquer possibilidade de consensos”, lamenta.