O fogo consumiu casas devolutas e voltou a ameaçar aldeias em Mação, tendo chegado mesmo a cercar a sede de concelho durante a madrugada desta quinta-feira. “Já não faço prognósticos”, diz o autarca.
“Já não digo nada. As coisas têm-nos surpreendido sempre pela negativa, quer em termos de equação do incêndio quer de meios no terreno. Infelizmente, a área ardia já é tanta e a devastação tão grande que provavelmente o incêndio acabará por se extinguir, espero eu”, afirmou Vasco Estrela à Renascença, no início da madrugada.
“É desmoralizador perceber o que aconteceu, mas temos de encarar a realidade e o que aconteceu e tentar dar a volta à situação”, remata.
O concelho de Mação foi fustigado pelas chamas no final do mês passado e volta agora a ser atingido por um fogo que começou às 00h01 de terça-feira. Vasco Estrela fala em, pelo menos, 30 mil hectares de área ardida: "80 a 90% do concelho" no total, afirmou à agência Lusa.
Por causa das chamas, a A23 foi cortada ao trânsito entre o nó de Mouriscas e o nó de Gardete, mas foi reaberta pelas 5h20. Duas estradas nacionais continuam cortadas: EN 244 e a EN 3.
Nesta quinta-feira de manhã, as preocupações da Autoridade Nacional da Protecção Civil estão também viradas para o incêndio que lavra em Vila de Rei, distrito de Castelo Branco, onde estão mais de 400 operacionais a lutar contra várias frentes activas.
Por precação, foi necessário retirar pessoas de várias aldeias durante a noite. Vale das Onegas, Saramaga e Tojeira foram as aldeias evacuadas. As pessoas passaram a noite na Santa Casa da Misericórdia do Sardoal.
Em Ribeira da Pena, no distrito de Vila Real, um incêndio já dominado mobiliza 189 operacionais e 57 meios terrestres.
No total, a combater estes três grandes incêndios, estão 1.429 operacionais, apoiados por 431 meios terrestres.