Donald Trump aludiu esta sexta-feira novamente a uma alegada conspiração para que a informação preliminar sobre a eficácia da vacina contra o coronavírus a ser desenvolvida pela farmcêutica Pfizer fosse divulgada só depois das eleições prejudiciais, com o intuito de o prejudicar.
Hoje, Trump devia dar uma conferência de imprensa para anunciar uma descida do preço dos medicamentos, mas, visivelmente irritado, responsabilizou diretamente a empresa norte-americana e não aceitou perguntas dos jornalistas.
Ainda sem ter aceitado a derrota para Joe Biden nas eleições 3 de novembro, Trump atacou também a entidade reguladora da alimentação e dos medicamentos (FDA, na sigla em Inglês).
“Vocês não teriam uma vacina nos próximos quatro anos se não fosse eu, porque a FDA nunca teria sido capaz de fazer o que fez se não os tivesse forçado a fazê-lo”, começou por dizer.
“A Pfizer e outros incluídos decidiram não avaliar os resultados da sua vacina, por outras palavras, só apresentaram a vacina depois das eleições”, denunciou, mas sem avançar qualquer prova.
Esta acusação, dirigida à Pfizer, à FDA e ao Partido Democrata, já tinha sido feita em 9 de novembro, o que levou inclusive a revista "Science" a averiguar a base da alegação, comprovando que não havia provas que a suportassem.
Hoje, a Pfizer e a sua parceira alemã, a BioNTech, pediram uma autorização de emergência à FDA para poderem começar a distribuir a sua vacina, que poderia ser administrada a grupos de riscos a partir de dezembro.
A Pfizer não utilizou fundos públicos dos EUA no desenvolvimento da sua vacina, se bem que tenha depois chegado a acordo com o governo federal para a venda de 100 milhões de doses por 1,95 mil milhões de dólares (1,645 mil milhões de euros).
Já a farmacêutica norte-americana Moderna utilizou fundos federais no desenvolvimento da sua vacina, a qual apresentou resultados preliminares muito parecidos aos da Pfizer.