O ministro do Ambiente admite que as povoações junto ao rio Mondego tenham de se adaptar e talvez mesmo mudar de lugar.
Em declarações ao Jornal 2, da RTP, na noite de segunda-feira, Matos Fernandes disse mesmo que terão de mudar de lugar: “Aquelas aldeias sabem que estão numa zona de risco, num rio que sempre teve cheias. Apesar de ter pouca água, é um rio que engana muito.”
“Paulatinamente aquelas aldeias vão ter de ir pensando em mudar de sítio, porque não esperemos que esta capacidade que temos de dois mil metros cúbicos, que pode chegar aos dois mil e duzentos, possa vir a crescer”, afirma.
Esta zona de Coimbra foi das mais afetadas nos últimos dias devido ao mau tempo.
Depois da passagem das depressões Elsa e Fabien, no Baixo Mondego é tempo de fazer a avaliação dos estragos, sobretudo agrícolas. A água acumulada nos terrenos pode ficar vários meses, o que causa avultados prejuízos, diz a Confederação Nacional de Agricultores.
Várias aldeias tiveram de ser evacuadas por precaução.
O presidente da Câmara de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão, já disse que não vai pedir o estatuto de calamidade pública, apesar de admitir que a rutura do segundo dique, provocou imensos prejuízos.
Os efeitos do mau tempo, que se fazem sentir desde quarta-feira, já provocaram dois mortos e um desaparecido e deixaram 144 pessoas desalojadas e outras 352 deslocadas por precaução, registando-se mais de 11.600 ocorrências, na maioria inundações e quedas de árvores.
O mau tempo, provocado pela depressão Elsa, entre quarta e sexta-feira, a que se juntou no sábado a depressão Fabien, provocou também condicionamentos na circulação rodoviária e ferroviária, bem como danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.