As organizações de defesa do ambiente Almargem, ANP/WWF, A Rocha, GEOTA, LPN, FAPAS, SPEA e ZERO adiantam que vão recorrer aos tribunais e à Comissão Europeia para travar a construção do Aeroporto do Montijo, alegando que o projeto vai "contra as leis nacionais, as diretivas europeias e tratados internacionais".
Em declarações à Renascença, Francisco Ferreira, presidente da ZERO, considera que o estudo da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que deu “luz verde” à construção do aeroporto do Montijo, não prevê medidas suficientes para acautelar as questões ambientais e deixou muitas questões por responder.
“Fica por responder a interação com aeroporto Humberto Delgado, acaba por não se responder a muitas questões relacionadas com aquela localização, encostada à Rede Natura, e ficou por justificar a necessidade de um aumento de transporte aéreo que não é consonante com as políticas climáticas e o esforço que Portugal deveria fazer relativamente às emissões dos aviões”, justifica.
Já o presidente da Câmara do Barreiro mostra-se satisfeito com o documento. Frederico Rosa diz que o estudo da APA sustenta a visão da autarquia sobre o impacto que a infraestrutura deve ter em toda a zona.
“Esta oportunidade de investimento no aeroporto não pode ser vista apenas naquela zona, tem que ser visto de forma a que possa alastrar a todos estes territórios ribeirinhos”, refere.
O relatório da APA obriga à criação de acessibilidades entre Montijo e Barreiro, mas também entre o Barreiro e o Seixal, o que acaba por beneficiar toda a zona da antiga CUF. A zona pode vir a ser um pólo de criação de emprego.