O grupo de ambientalistas que tem realizado protestos no Liceu Camões, em Lisboa, admitem que a continuidade dos protestos em defesa do Clima estão dependentes de como correr a reunião com o ministro da Economia, António Costa Silva.
O governante vai reunir com representantes do movimento esta terça-feira, depois de ter sido uma das figuras em foco durante os protestos.
É devido a este encontro que o grupo de jovens aceitou suspender o protesto a partir da meia noite. A escola vai voltar a funcionar normalmente já esta terça-feira.
No entanto, à Renascença, Leonor, que integra o protesto, não deixa de fora a possibilidade da retoma da ocupação.
"Tem muito a ver com o resultado dessa reunião. Somos um movimento estudantil que ocupa até vencer. Até as nossas reivindicações serem ouvidas e atendidas, nós não nos vamos retirar, vamos continuar na luta", garante.
Os estudantes pedem o fim do uso de combustíveis fósseis, o mais rapidamente possível, até "porque temos um país extremamente propício a enerigas renováveis", recorda Leonor, à frente do Tribunal de Lisboa, onde quatro dos seus colegas foram detidos.
"Temos uma costa ampla, temos clima solarado para instalação de painéis solares e um investimento não está a ser dirigido a esse ponto. Está a ser dirigido às grandes empresas que estão a triplicar os lucros com a crise e a guerra", aponta.
Já Catarina, outra ativista, fala da necessidade de uma transição justa, em que qualquer alternativa ao fóssil é sempre melhor: "Há várias alternativas para uma transição justa, de maneira a que ninguém perca os seus empregos. O ponto mais importante é que os combustíveis fósseis não são alternativa de todo".
Para João, o prazo de terminar o uso de fósseis até 2030 é suficiente e dá "uma margem para readaptar como o transporte e a energia é gerida", mas alerta que há problemas como "a própria energia é gerida".
"Deveria ser dirigida de maneira comunitária e municipal, com vários centros. Ao ter energia mais descentralizada, poderemos ter gastos desnecessários e dar às pessoas mais soberania energética", defende.
São esta as razões dos estudantes que, há uma semana, ocupam, primeiro a escola António Arroio, depois a Faculdade de Letras da Universidade do Porto e agora o Liceu Camões.