Os bispos moçambicanos alertam para "ilícitos e irregularidades eleitorais", nas eleições autárquicas e apelam que "se evite por todos os meios qualquer derramamento de sangue".
Numa nota pastoral, a Conferência Episcopal de Moçambique (CEM) afirma que o ato eleitoral gerou "um alto grau de desconfiança".
Em conferência de imprensa, o arcebispo de Maputo e porta-voz da CEM, D. João Carlos Nunes, fez um apelo reforçado à paz e pediu que se evite "qualquer derramamento de sangue".
O arcebispo de Maputo defende que "se não se levarem a sério" os apelos dos bispos, e se não se levar a sério o bem maior que é a paz, certamente que virão convulsões":
Os bispos apelam à Comissão Nacional de Eleições a rever o processo de apuramento de resultados, e garantem que se verificam "elementos alarmantes, desde ilícitos e irregularidades eleitorais".
“Chamamos a atenção para a necessidade de termos eleições democráticas e pacíficas”, afirma a CEM.
A nota pastoral, intitulada “A justiça e a paz beijaram-se”, pede a “reposição da legalidade” e apela “às lideranças do partido beneficiário desta crise que chamem à razão os seus membros e simpatizantes para aceitarem a contestação dos resultados como parte do jogo democrático”.
Apelo idêntico é dirigido “às lideranças dos partidos que protestam os resultados” para que “chamem à razão os seus membros e simpatizantes a fazerem-no de forma pacifica”.
Os bispos terminam a sua nota com um pedido às forças de segurança para que “assumam o seu papel de proteção do cidadão, independentemente da sua filiação partidária e zelem pela manutenção da lei e ordem, sem extremismos, não intimidando nem favorecendo ninguém”.