"Não há nenhuma lei da rolha no ministério da Saúde", declara o ministro Manuel Pizarro em relação à entrevista dada pelo diretor do Serviço Nacional de Saúde, Fernando Araújo, ao jornal Público, onde alertou que novembro pode ser o pior mês do SNS caso não haja acordo entre médicos e Governo.
Esta segunda-feira no Parlamento, onde Manuel Pizarro esteve a esclarecer os deputados da Comissão de Saúde a pedido do Chega, o ministro assegurou que "convive bem" com estes momentos e garante que a entrevista em causa "só merece elogio".
"Ao contrário do que aconteceu noutros tempos, num governo anterior ao governo socialista, não há nenhuma lei da rolha no ministério da Saúde. Os dirigentes podem exprimir a sua opinião à vontade. O ministro lê e ouve, quando concorda fica contente, quando discorda procura perceber porque é que discorda", defendeu Manuel Pizarro.
O ministro rejeita assim as críticas de que foi alvo, na última semana, onde o governo foi acusado de falar a duas vozes dissonantes.
Pizarro vai mais longe e elogia as palavras de Fernando Araújo por demonstrar a preocupação que tem pelo estado do SNS, que continua a deparar-se com urgências encerradas, problema agravado pelo impasse da negociação entre os médicos e os sindicatos.
"Só merece elogio a entrevista do dirigente máximo do SNS que evidencia a sua preocupação de forma transparente e clara perante os portugueses", declarou Manuel Pizarro na Assembleia da República.
Negociações? "Passos significativos"
Numa altura em que os dias já nos habituaram a assistir a constantes reuniões entre o Governo e os médicos, o ministro da Saúde acredita que vão ser dados "passos muito significativos" para um acordo.
"Julgo que vamos dar passos muito significativos para tratar de um equilíbrio que parecia muito difícil", revelou Manuel Pizarro, referindo-se ao equilíbrio entre melhorar as condições de trabalho dos profissionais de saúde sem deixar que isso prejudique o funcionamento do SNS.