A Autoridade Nacional de Comunicações (ANACOM) está já a fiscalizar as alegadas anomalias nas comunicações que persistem desde os incêndios de outubro.
A informação foi confirmada pelo ministro Pedro Marques, depois da divulgação, esta sexta-feira, de um caso na Sertã em que uma mulher morreu de insuficiência cardíaca sem qualquer auxílio, por falta de telefone, que está inativo desde os incêndios de outubro.
Sem forma de contactar os serviços de emergência médica, o marido da vítima, de 79 anos, teve de andar dois quilómetros, à noite, para conseguir ajuda, mas esta não chegou a tempo.
O ministro do Planeamento e Infraestruturas, disse aos jornalistas que “o regulador, ANACOM, já informou que iniciou um processo de fiscalização, no terreno, da reposição das condições de serviço da parte das várias operadoras.”
“Essas operadoras têm vindo a dar nota pública de uma reposição significativa das comunicações, mas continua a haver queixas, a haver situações concretas que vão sendo reportadas desta natureza.”
“No caso concreto o regulador, depois de contactado pelo Governo, informou que fará uma investigação aprofundada, uma análise aprofundada do ocorrido mas queria dizer que em geral o regulador já tinha informado que está no terreno a fiscalizar as condições de reposição do funcionamento dos serviços de comunicações”, adianta.
Altice diz que tentou repor ligação
A Altice garante que tentou repor a ligação telefónica na casa do casal que não conseguiu pedir ajuda de emergência, mas que não teve resposta.
A empresa de telecomunicações assegura que tentou contactar o casal, para a reposição do serviço de telefone fixo, e que não conseguiu obter resposta.
Assegura ainda que 99,5% dos residentes do concelho da Sertã já tem os contactos restabelecidos e a rede móvel está totalmente operacional.
Já em reação a esta situação, o PCP diz ser inadmissível haver terras sem acesso a telefone desde outubro e pediu a presença de Pedro Marques no Parlamento para prestar justificações.
Perante este caso da Sertão, Heitor de Sousa, do Bloco de Esquerda, retoma o discurso em torno da necessidade de serviços de comunicações considerados essenciais, saírem das mãos de privados e entrarem na esfera pública.
[notícia atualizada às 17h56]