Charles Michel desistiu, esta sexta-feira, de ser candidato nas eleições para o Parlamento Europeu. O atual presidente do Conselho Europeu tinha anunciado, há apenas três semanas, que seria candidato a eurodeputado nas eleições de junho.
“Não vou ser candidato nas eleições europeias”, afirmou agora Charles Michel, anunciando a marcha-atrás numa declaração publicada na rede social Facebook. A decisão foi justificada com as “reações extremas” e “ataques pessoais” após o anúncio da candidatura.
“Não quero que esta decisão nos distraia da nossa missão ou mine esta instituição e o nosso projeto europeu, nem seja utilizada de qualquer forma para dividir o Conselho Europeu, que acredito que deve trabalhar incansavelmente pela unidade europeia”, declarou.
Charles Michel acrescentou que vai “devotar todos os esforços” às suas “responsabilidades atuais” até que “elas terminem”.
Presidente do Conselho Europeu – a instituição da União Europeia que reúne os chefes de Estado dos países da UE – desde 2019, Michel tinha anunciado no início do janeiro que iria liderar a lista do partido francófono belga liberal Movimento Reformador para as eleições europeias que decorrem entre 6 e 9 de junho.
A eleição de Charles Michel para o Parlamento Europeu obrigá-lo-ia a renunciar à presidência do Conselho Europeu em julho, antes do final do mandato - que está marcado para 30 de novembro.
A candidatura de Michel ia forçar os países da União Europeia a acelerar as negociações acerca dos principais cargos europeus – as presidências da Comissão Europeia, do Conselho Europeu, do Parlamento Europeu.
Caso os Estados-membro não encontrassem rapidamente um sucessor, o risco seria que Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, assumisse os poderes de presidente do Conselho Europeu. A Hungria ocupa a partir de julho a presidência rotativa do Conselho da União Europeia - a principal instituição de decisão da UE, que representa os Estados-membros.
Em Portugal, as eleições para o Parlamento Europeu estão marcadas para 9 de junho. Tanto o voto antecipado como o voto em mobilidade, em Portugal e no estrangeiro, vão ser possíveis, após a proposta do Governo ser aprovada pela Assembleia da República.