O Reino Unido vai acolher um número não especificado de crianças migrantes que foram separadas dos seus pais devido aos conflitos na Síria e outros países, anunciou o Ministério britânico do Interior esta quinta-feira.
As autoridades britânicas vão trabalhar com a agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) de modo a identificar jovens elegíveis a residir no Reino Unido.
"A crise na Síria e os eventos no Médio Oriente, Norte de África e noutros lugares separaram um elevado número de crianças refugiadas das suas famílias", afirma o ministro da Imigração, James Brokenshire, em comunicado.
Apesar de a "grande maioria" destas crianças estar em melhor situação permanecendo na região, com familiares, o Governo britânico pediu "ao ACNUR para identificar os casos excepcionais em que o interesse supremo da criança é servido através do realojamento no Reino Unido" e pediu ajuda para os trazer para o país, acrescentou.
Uma porta-voz do Ministério do Interior disse não poder confirmar quantas crianças serão abrangidas por este esquema.
No início de Janeiro, um relatório da Comissão Interpartidária de Desenvolvimento Internacional, que agrega deputados das duas principais famílias políticas da Grã-Bretanha, deixava profundas críticas ao governo britânico, acusando-o de dar resposta inadequada ao drama das crianças refugiadas.
O objectivo era pressionar David Cameron a acolher rapidamente, pelo menos, três mil crianças refugiadas que viajavam pela Europa sem os pais.
O documento manifestava ainda preocupação face à possibilidade de estas crianças e jovens poderem cair nas mãos das redes de tráfico de seres humanos, considerando, por isso, um “dever moral” a sua integração.
Em Setembro do ano passado, o primeiro-ministro, David Cameron, anunciou que 20 mil refugiados de campos nas fronteiras da Síria seriam acolhidos até 2020. Mais de mil – metade dos quais crianças – já chegaram ao país.
No entanto, o Reino Unido rejeitou as quotas da União Europeia para acolher e distribuir os migrantes pelo bloco de 28 nações.