O Presidente francês, Emmanuel Macron, substituiu o embaixador francês na Hungria, Eric Fournier, depois de o diplomata ter elogiado as políticas anti-imigração do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.
Num memorando interno confidencial enviado ao gabinete de Macron, datado de 18 de junho, Fournier escreveu que a Hungria é um “modelo” a seguir na forma de lidar com os migrantes.
As acusações de populistas dirigidas contra Viktor Orbán não passam de uma invenção da comunicação social, acrescentou o embaixador francês no documento, que foi divulgado esta segunda-feira pelo site Mediapart.
O diplomata, que vai passar a desempenhar outras funções, também considera que a imprensa francesa, ao acusar a Hungria de antissemitismo, está a tentar desviar as atenções do “verdadeiro antissemitismo” dos “muçulmanos em França e na Alemanha”.
O Presidente francês comentou o caso na passada sexta-feira. Macron não partilha as posições de Fournier e um memorando confidencial não representa a política oficial de França, sublinhou.
No Conselho Europeu da semana passada, em que foi aprovado um acordo sobre migrações, Macron dirigiu duras críticas a Orbán e a outros líderes da Europa de Leste, acusando-os de não respeitarem os valores democráticos da União Europeia e criticando-os por não quererem acolher migrantes ao abrigo da solidariedade comunitária.
O primeiro-ministro húngaro considera que os críticos das suas políticas de tolerância zero com os imigrantes pertencem à velha guarda ineficaz da Europa. No ano passado, Orbán comparou Macron a um “rapazinho” que não conseguiu inaugurar o seu mandato de forma promissora
O Governo da Hungria aprovou, a 20 de junho, uma lei para punir criminalmente quem ajudar imigrantes clandestinos.
O pacote de medidas recebeu o nome de "Stop Soros", numa alusão ao multimilionário húngaro-americano George Soros, que Viktor Orbán acusa de interferência na política interna da Hungria.