O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) confirma a abertura de um inquérito ao caso de um homem que terá morrido por falta de socorro.
A vítima, residente em Setúbal, terá feito três chamadas de alguns minutos para o INEM durante a madrugada da passada sexta-feira, 19 de janeiro, segundo avança o jornal Correio da Manhã. Mais tarde, o serviço de urgência terá entrado em contacto com a vítima que já não atendeu o telefone.
Apesar das várias ligações o homem não foi socorrido e viria a ser encontrado sem vida, 30 horas depois, pelos vizinhos.
Rui Lázaro, do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar ((STEPH), diz à Renascença que “será necessário averiguar o teor das primeiras
comunicações entre o INEM e o senhor para que se possa auferir se teria já sido
identificado ou não o pedido de ajuda e a necessidade deste pedido de ajuda.”
O presidente do STEPH refere ainda que pode tratar-se de uma situação de maior “gravidade” e até “podemos estar a falar de homicídio por neglicência”, caso o pedido de ajuda tenha sido identificado e mesmo assim o INEM, mais tarde depois de o utente não atender, não ter enviado qualquer ajuda.
Rui Lázaro deixa ainda o alerta para o aumento de situações deste tipo, uma vez que “o INEM não tem sido capaz e já o vimos a denunciar pelo menos ao longo dos últimos dois anos, de garantir uma resposta de emergência médica eficaz como seria a sua obrigação. E esta, infelizmente, é mais uma destas consequências.”