O “mandato histórico” de Varandas e o desastre financeiro, segundo os outros candidatos
24-02-2022 - 00:20

As eleições no Sporting estão marcadas para o próximo dia 5 de março.

Realizou-se, esta quarta-feira, o debate entre os três candidatos à presidência do Sporting. No futebol houve poucas divergências, mas as finanças foram o tema mais quente. Frederico Varandas é o candidato da lista A, Ricardo Oliveira é o candidato da lista B e Nuno Sousa é o candidato da lista C.

Frederico Varandas, o presidente recandidato, lembrou os seis títulos conquistados no futebol, “mais que os nossos rivais juntos”. “Foi um mandato histórico”, referiu.

“A nossa base é a formação e vai continuar a ser. Remodelámos os relvados, os quartos, conseguimos recursos humanos altamente qualificados, com uma unidade de performance, um departamento de observação e toda uma metodologia de treino transversal. Cortámos custos e aumentámos o investimento em cerca de dois milhões. Fizemos regressar a equipa B em que o modelo de treino é focado no jogador e não nos resultados”, acrescentou.

Nuno Sousa revelou que o treinador Augusto Inácio vai ser assessor do futebol da sua direção. “Vai ajudar a definir a política desportiva, ele que quebrou um longo jejum do clube”.

Aproveitou para deixar críticas a Frederico Varandas. “O Sporting tratou muito mal o Augusto Inácio. Foi um jogador da formação, campeão, treinador, dirigente do Sporting e nem aos parabéns teve direito quando fez anos”.

Já Ricardo Oliveira referiu: “Fico feliz por ver a empatia que os sócios e adeptos têm pela equipa de futebol e o seu treinador, mas o mandato de Frederico Varandas não se pode resumir ao que se passou no estádio. Existiram várias coisas que não foram feitas. Os dois primeiros anos foram, financeiramente, um desastre, é o que está nos relatórios. Depois chegou o Rúben Amorim, um excelente treinador, que voltou a vencer um título que nos escapava há 19, mas continuam a existir defeitos. A minha lista é a única com uma solução concreta e credível para os problemas imediatos e o investimento que permita continuar a crescer e fazer do clube uma referência em Portugal e a nível internacional, não só no futebol”.

No plano financeiro, Varandas lembrou o que conseguiu no seu mandato para melhorar as contas do clube: “Nestes três anos e meio reduzimos custos e valorizámos o ativo, basta ver que o plantel do Sporting nunca valeu tanto, segundo o Transfermarkt está avaliado em 250 milhões de euros. Quanto às VMOC, posso garantir aos sócios que estamos a concluir o processo de recompra e a curto prazo vamos pode dar excelentes notícias”.

Nuno Sousa está preocupado com questões financeiras: “Devemos cerca de 90 milhões de euros a fornecedores. Se somarmos os Vinagres desta vida, esse valor até será mais. Depois existem os tais dois anos de antecipação e o valor pode subir até aos 200 milhões ou perto disso. Era muito bom saber qual é o défice de tesouraria neste momento, porque a situação parece não ter melhorado. Pode vir um John Textor e fazer a compra, porque o Sporting está em incumprimento”, considerou.

Ricardo Oliveira garante ter “um plano para trazer entre 150 a 200 milhões de euros, porque as pessoas acreditam em mim. Se calhar ao Frederico Varandas não emprestam porque não confiam. Não vou discutir joelhos consigo, que não é a minha área, mas finanças também não é a sua”.

Nas modalidades, o candidato da lista A, Frederico Varandas, frisou que "30% dos títulos conquistados foram neste mandato".

Por sua vez, o líder da lista B frisou que o Sporting "deve manter sobretudo as que são tradicionalmente modalidades do Sporting" e o candidato da lista C disse que "houve a diminuição competitiva do voleibol, andebol e modalidades olímpicas".

As eleições no Sporting estão marcadas para o próximo dia 5 de março.