"Olhar para a escola a partir daqueles cidadãos que ela exclui.” Numa frase, Joaquim Azevedo resume o seu mais recente trabalho - “Modo de produção da exclusão escolar - Olhar a escola a partir dos excluídos” - um livro que será apresentado esta quarta-feira, pelas 17h30, na Escola Superior de Educação Paula Frassineti, no Porto.
"Oito por cento a 10 por centro dos alunos não conclui e abandona antes de concluir o 12º ano. É uma situação que é muito penalizadora para quem fica fora do acesso a esses benefícios educacionais", diz à Renascença o autor, que foi secretário de Estado dos Ensinos Básico e Secundário do XII Governo, liderado por Cavaco Silva.
A construção do livro debruçou-se na análise de vários percursos escolares de alunos excluídos, uma vez que Joaquim Azevedo é também dirigente do Projeto Arco Maior, que acolhe e educa jovens que foram marginalizados e abandonaram as escolas, nas cidades do Porto e Vila Nova de Gaia.
A exclusão e o abandono escolar são fenómenos diferentes, mas estão diretamente ligados, uma vez que o abandono é apenas uma consequência da exclusão escolar conjugada com outros fatores.
"Aquilo que nós chamamos abandono escolar é marginalização e exclusão escolar. Não é abandono. O chamado abandono é tentar iludir e esconder a questão central que está subjacente a esse processo", acrescenta Joaquim Azevedo.