Jacques Rodrigues, patrão do grupo Impala, foi detido esta quinta-feira de manhã pela Polícia Judiciária, avança a CNN Portugal. Da Impala fazem parte títulos como a revista Maria ou a TV 7 Dias.
Um filho de Jacques Rodrigues também foi detido, para além de outras duas pessoas: o advogado e o contabilista do "patrão" da Impala.
Em comunicado, a Polícia Judiciária confirma apenas a realização de detenções por corrupção, numa operação que recebeu o nome de "Última Edição".
Segundo a CNN Portugal, Rodrigues "é suspeito de crimes relacionados com a insolvência dolosa de sociedades onde acumulou uma gigantesca fraude na ordem dos 100 milhões de euros, para se eximir a dívidas do mesmo valor a credores, repartidas entre trabalhadores das empresas - muitos deles jornalistas das várias publicações - e o Estado".
"A Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, procedeu, no dia de hoje e no âmbito de inquérito titulado pelo DIAP de Sintra, à realização de uma operação policial visando a execução de trinta e dois mandados de busca, designadamente, oito buscas domiciliárias e vinte e quatro buscas não domiciliárias", é dito.
A ação policial desenvolveu-se "em Lisboa, Sintra, Cascais, Oeiras, Amadora, Santo Tirso, Porto, Matosinhos e Funchal". Dez arguidos foram constituídos e quatro mandados de detenção executados.
A PJ pretendeu, com esta operação, recolher "elementos probatórios complementares e relacionados com suspeitas de atividades criminosas fortemente indiciadoras da prática dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, insolvência dolosa agravada, burla qualificada e falsificação ou contrafação de documentos".
Seis buscas foram feitas em empresas "com atividade no domínicio da comunicação social, quatro em Sociedades/Gabinetes de Revisores Oficiais de Conta e uma em escritório de Advogado".
"Em causa está uma investigação criminal cujo objeto visa um plano criminoso traçado para, entre o mais, ocultar a dissipação de património, através da adulteração de elementos contabilísticos de diversas empresas, em claro prejuízo de diversos credores, v.g., os trabalhadores, fornecedores e o Estado, estando reconhecidos créditos num valor total de cerca de 100.000.000,00€ (cem milhões de euros)".
"Acresce a forte indiciação do desvio de valores com origem nas estruturas societárias, para fora do território nacional, num montante global que ascenderá a largas dezenas de milhares de euros".
[notícia atualizada às 11h01 de 23 de março de 2023]