Os utentes que aguardam por uma cirurgia vão ser contactados pelo serviço SNS 24 para marcar a operação logo durante o telefonema. O serviço deverá ajudar os doentes a escolher outra instituição pública, uma unidade no sector convencionado ou o próprio hospital.
De acordo com Ricardo Mestre, da direção da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), os utentes que atingiram os tempos máximos de resposta garantidos vão começar a ser contactados agora em Outubro, recebendo um cheque-cirurgia ou uma nota de transferência (entre hospitais do SNS), que vai começar a ser desmaterializada, passando a ser enviada por mensagem de telemóvel (SMS) ou email.
No caso dos utentes que não dispõem destas formas de comunicação, o cheque ou a nota continuarão a ser enviados em papel.
Através de contacto telefónico, o SNS 24 irá informar o utente das alternativas que existem em outros hospitais públicos, bem como as soluções no sector privado e social.
O objectivo é "poupar tempo", podendo a cirurgia ser marcada através desse contacto telefónico, evitando assim a deslocação do utente ao hospital para a marcação da operação, mediante apresentação do cheque ou da nota.
"Queremos uma atitude pró-activa para ajudar o utente a tomar decisões", diz Ricardo Mestre, em declarações à agência Lusa.
A Administração Central do Sistema de Saúde é o organismo do Ministério da Saúde responsável pela implementação um conjunto de medidas com vista a agilizar o acesso dos utentes ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Ao nível das consultas, a aposta passa pelo recurso a instrumentos como a telemedicina, estando a ser estendida a todos os hospitais e centros de saúde a possibilidade dos médicos de família enviarem informação, incluindo fotografias, ao médico hospitalar, na área da dermatologia.
Segundo Ricardo Mestre, entre 50% a 70% dos casos atendidos através do SNS 24, nas instituições de saúde que a disponibilizam, dispensam uma consulta hospitalar.
A livre escolha dos utentes continua a aumentar, sendo já 240 mil os utentes que, entre Junho de 2016 e 24 de Setembro deste ano, optaram por uma primeira consulta de especialidade fora do seu hospital de residência.
A este propósito, Ricardo Mestre revelou que, até final deste ano, será realizada uma avaliação às razões que estão na origem da escolha de outro hospital, bem como o motivo que leva os utentes a optarem pela sua instituição de residência.