Mais de uma centena de casas afetadas pelos incêndios de Pedrógão Grande, ocorridos há quatro meses, já estão concluídas, em obra ou em fase de avançar, disse esta segunda-feira o ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques.
"Nas casas que têm a ver com o processo de reconstrução simples, a maioria está em reconstrução ou já reconstruídas", referiu o governante em Vila Nova de Poiares, no distrito de Coimbra, onde participou numa reunião com autarcas e representantes dos agricultores dos concelhos atingidos pelos fogos do dia 15 de Outubro.
Segundo Pedro Marques, o Governo já aprovou e pagou 600 mil euros para a recuperação das empresas afectadas no fogo de Pedrógão Grande e está a analisar as candidaturas de maior complexidade de empresas maiores.
No caso das empresas, a sua recuperação está agora "ao ritmo das próprias empresas, da aquisição das duas máquinas e da recuperação das infraestruturas".
O ministro do Planeamento e Infraestruturas adiantou aos jornalistas que já foram aprovadas também todas as candidaturas das autarquias para a recuperação das infraestruturas municipais.
"A bola está agora do lado das Câmaras. Todos queremos, evidentemente, que as coisas andem o mais rapidamente possível, mas a recuperação da vida das famílias em Pedrógão, das habitações ou a recuperação da situação das empresas está no terreno", acrescentou o governante.
A recuperação da tragédia de Pedrógão Grande está a acontecer ao "ritmo possível".
Relativamente aos incêndios de 15 de Outubro, o ministro Pedro Marques disse que o Governo vai aprender com as "lições" da recuperação de Pedrógão Grande.
O governante garantiu que nos concelhos afectados pelos últimos grandes incêndios vai ser utilizado o sistema de simplificado para a recuperação das casas que não precisam de "reconstrução integral e de valor mais pequeno".
"Já temos os mecanismos mais oleados relativamente ao tipo de apoio ao investimento e ainda hoje reunimos com a Associação Portuguesa de Seguros para criarmos um mecanismo mais ágil para a articulação entre o Estado e as seguradoras para garantir que não estamos a apoiar aquilo que é apoiado pelos seguros", adiantou.
Segundo Pedro Marques, o Governo "está a beneficiar da experiência anterior para tentar melhorar as condições de recuperação nesta nova ocorrência".
As centenas de incêndios que deflagraram a 15 de Outubro, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram pelo menos 44 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves, nas regiões Centro e Norte.
Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.
Esta foi a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em Junho, quando o fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo dados oficiais, 64 mortos e mais de 250 feridos, morrendo ainda uma mulher atropelada quando fugia das chamas.