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Portugal está em desconfinamento, mas, como advertiu o primeiro-ministro, em conta-gotas. António Costa definiu desde logo regras para a reabertura das atividades, antevendo passos atrás sempre que o Rt (indicador de transmissão da doença) ultrapasse 1 e a incidência de casos seja superior a 120 por 100 mil habitantes em 14 dias.
Nesta altura, há 26 municípios nessa situação e sete deles estão mesmo com uma incidência superior ao dobro do limiar de risco.
O que é que está em causa?
Está em causa a discussão de medidas adicionais que possam ajudar a inverter a situação, podendo ser mesmo necessário travar o desconfinamento.
Os sete municípios na linha vermelha são: Alandroal, Carregal do Sal, Moura, Odemira, Portimão, Ribeira de Pena e Rio Maior. Em todos eles há mais de 240 casos por 100 mil habitantes.
Na semana passada, o primeiro-ministro explicou que, se em duas avaliações sucessivas os mesmos concelhos estiverem acima do limiar de risco – os tais 120 casos por 100 mil habitantes – não devem avançar no desconfinamento.
Por isso, na reunião que Costa tem agendada para esta terça-feira com os autarcas daqueles sete concelhos vão ser discutidas medidas para os próximos dias.
Que decisões podem ser essas?
Perante o estado de emergência em que vivemos, é possível decretar cercas sanitárias e impor limitações ao funcionamento de atividades económicas, por exemplo.
Mas o Governo também pode optar, como fez em outubro, em alguns municípios do Vale do Sousa, por medidas como o aumento da capacidade de testagem ou o aumento de inquéritos epidemiológicos, para tentar identificar e isolar os casos.
Mas aqui há municípios com poucos habitantes
Sim, e nalguns deles não é preciso muito para ultrapassar o número de casos que está definido. É o caso do Alandroal, um dos sete com pior situação: tem menos de dois mil habitantes, pelo que basta ter três casos no espaço de duas semanas para estar acima do limiar de risco (os tais 120 por 100 mil habitantes).
Ou o caso de Rio Maior, onde residem 21 mil pessoas. Houve um surto numa empresa da região, com cerca de 40 casos positivos, o que foi suficiente para passar a linha vermelha.
O que estão a fazer estes municípios?
Ainda pegando no exemplo de Rio Maior, a autarquia reforçou a testagem junto das empresas, nomeadamente junto daquelas que empregam mais pessoas, e
decidiu também testar toda a população num centro de testagem que abriu para o efeito.
O problema é que, não sendo obrigatório, só apareceram 150 pessoas. A eficácia destas medidas depende, portanto, também muito do empenho das pessoas nas campanhas de despistagem e no cumprimento das medidas sanitárias.