O Bloco de Esquerda (BE) está aberto a um acordo com novo Governo, no entanto, ficará à espera que o Partido Socialista (PS) tome a iniciativa de reabrir diálogo.
Em declarações à Renascença, após a divulgação das primeiras previsões das eleições legislativas, este domingo, Jorge Costa, membro da Mesa Nacional e da Comissão Política do BE, lembrou que o seu partido "foi claro durante a campanha" relativamente a uma nova "geringonça".
"Não temos uma palavra durante a campanha para ter outra no dia seguinte. Estamos abertos, como sempre, para o diálogo e a procura de soluções com o Governo. Foi o nosso compromisso durante a campanha e continuará a ser. O primeiro passo foi dado pelo BE durante a campanha eleitoral. Agora, resta saber se quem venceu as eleições toma essa iniciativa", atirou.
BE descarta que chumbar OE tenha tido impacto negativo
Apesar da abertura ao diálogo, Jorge Costa não deixou de criticar a estratégia do PS antes e durante a campanha e salientou que o resultado das eleições pode "reforçar os impasses" que do chumbo do Orçamento do Estado (OE) advieram.
Primeiro, António Costa criou "uma crise política artificial" em torno do OE, argumentou o dirigente bloquista, e depois fez campanha pela maioria absoluta "com perspetiva de polarização do PS e do PSD".
Jorge Costa rejeitou, ainda, que o chumbo do OE tenha acabado por ter repercussões negativas nos resultados eleitorais:
"Não votámos contra o OE a pensar que nos favoreceria em eventuais eleições. Avaliámos o documento pela sua valia. Não consideramos a nossa posição sobre o OE errado nem consideramos o único fator explicativo do resultado."