​Fome atinge 56 milhões de pessoas de 17 países com conflitos internos
30-07-2016 - 10:28

Situação é particularmente preocupante no Iémen, Síria, Sudão do Sul, Burundi e na bacia do lago Chade, alertam as Nações Unidas.

Mais de 56 milhões de pessoas de 17 países afectados por conflitos internos, como a Guiné-Bissau, estão numa situação de crise ou emergência alimentar, segundo duas agências das Nações Unidas.

A Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) e o Programa Alimentar Mundial (PAM) entregaram um relatório na sexta-feira ao Conselho de Segurança da ONU sobre esses sete países e os obstáculos aos "esforços globais para erradicar a má nutrição" no mundo.

As duas agências, que têm sede em Roma, dizem que a situação é particularmente preocupante no Iémen, Síria, Sudão do Sul, Burundi e na bacia do lago Chade.

Cerca de metade da população do Iémen, 14 milhões de pessoas, estão numa situação de crise ou emergência por causa da fome. Na Síria, 8,7 milhões de pessoas (37% da população anterior ao início da guerra) precisam com urgência de ajuda alimentar, tal como 4,8 milhões no Sudão do Sul (40% da população).

Em países que estão num processo de saída de longas guerras civis, como a Colômbia, há milhões de pessoas que continuam a estar num alto grau de insegurança alimentar. Noutras regiões, as pessoas nessa situação representam uma grande fatia da população, como acontece no Burundi (23%), Haiti (19%) ou República Centro-africana (50%).

As agências estimam ainda que 80% dos refugiados sírios que vivem actualmente no Líbano precisem de ajuda alimentar urgente.

Há também uma série de países em que conflitos internos afetaram de forma significativa a segurança alimentar: República Democrática do Congo, Guiné-Bissau, Costa do Marfim, Libéria, Mali, Somália, Sudão, Iraque e Afeganistão.

A FAO e o PAM destacam que os conflitos internos são das principais causas da fome porque destroem campos em cultivo, gado e infra-estruturas agrícolas, além de bloquearam mercados e forçarem ao deslocamento da população. Além disso, contribuem para a propagação de doenças e dificultam o acesso dos governos e organizações humanitárias às pessoas afectadas, entre outros impactos.