O presidente do PSD, Rui Rio, acusa a Iniciativa Liberal (IL) de ter feito pior do que o PCP, ao organizar um arraial depois de ter criticado os comunistas por causa da Festa do Avante.
"Como é possível a IL ter criticado o PCP e agora ainda fazer pior que os comunistas", questiona Rui Rio numa publicação na rede social Twitter, a que juntou uma imagem do "Arraial Liberal" promovido, no sábado, pelo partido liderado por João Cotrim de Figueiredo em Lisboa, e que juntou centenas de pessoas.
"Assim não!" afirma o presidente do PSD na publicação em que defende que para vencer a pandemia de Covid-19 é necessário "ter todo o respeito pelos outros e sentido da responsabilidade".
Rio afirma ainda que "a arrogância não é arma contra a pandemia, nem a favor da recuperação económica".
Apesar de a Câmara Municipal de Lisboa ter cancelado os festejos tradicionais dos Santos Populares e de as autoridades de saúde terem emitido um parecer desfavorável, a IL agendou um arraial comício para a tarde de sábado, ocupando o Largo Vitorino Damásio, em Santos, com dezenas de mesas, quiosques de venda de bebidas, assim como quatro generosos assadores para sardinhas e bifanas.
Num parecer a que a agência Lusa teve acesso, o delegado de Saúde Regional de Lisboa e Vale do Tejo, António Carlos da Silva, mostrou-se "desfavorável relativamente a todas as atividades que extravasem o referido comício político", defendendo que "atendendo ao princípio de precaução em saúde pública, e pela situação epidemiológica atual na cidade de Lisboa, a mesma não deverá ocorrer e ser adiada".
Em agosto de 2020, depois de o PCP ter decidido manter a realização da Festa do Avante, o presidente e único deputado da IL, João Cotrim de Figueiredo, apresentou na Assembleia da República um requerimento para que fosse divulgado na íntegra o parecer da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre aquela iniciativa.
No requerimento o presidente da IL alegava existirem "dois pesos e duas medidas em matéria de grandes eventos" e Portugal e que a realização da Festa do Avante colocava em causa "os sacrifícios dos últimos meses", ao longo dos quais as regras de contenção da pandemia impediram a realização de festas.