António Guterres apela aos Estados Unidos para que não abandonem o acordo nuclear com o Irão. "Não o devemos descartar, a menos que tenhamos uma boa alternativa", sublinha.
Em entrevista à BBC, o secretário-geral das Nações Unidas diz que vivemos tempos perigosos e lembra que há risco real de guerra se o acordo alcançado em 2015 não for preservado. Para Guterres, o acordo com o Irão é "uma vitória diplomática importante" e deve ser mantido.
Um apelo que surge após acusações feitas por Israel de que o Irão terá violado o acordo e a poucos dias de Donald Trump anunciar se os Estados Unidos vão ou não abandonar o pacto.
Nas últimas semanas, de visita a aos EUA, Emmanuel Macron e Angela Merkel também tentaram dissuadir Trump de rasgar o acordo.
O que está em causa?
Em 2015, Teerão assinou um acordo com os Estados Unidos, China, Rússia, Alemanha, França e o Reino Unido no qual concordava em limitar a sua atividade nuclear.
Ou seja, o Irão comprometeu-se a reduzir o número de máquinas para o enriquecimento de urânio, e, em troca, os restantes países levantaram as sanções económicas impostas a Teerão.
Donald Trump já se manifestou publicamente, várias vezes, contra este acordo que considera "insano" e "o pior de sempre".
O presidente norte-americano contesta o facto de o acordo apenas limitar as atividades nucleares do Irão por um período fixo e não ser capaz de pôr fim ao desenvolvimento de mísseis balísticos.
Trump ameaça retirar-se do acordo a 12 de maio, data em que deve ser renovado o congelamento das sanções aplicadas ao Irão.