André Ventura anunciou que vai demitir-se e recandidatar-se à liderança do Chega.
"Devolverei aos militantes do Chega a palavra se querem ou não a continuidade deste projeto à frente deste partido", disse o candidato, cumprindo o que havia prometido depois de ficar em terceiro lugar, atrás de Ana Gomes.
Ventura tinha-se proposto ficar à frente dos concorrentes da esquerda (Ana Gomes, Marisa Matias e João Ferreira), alcançando assim o segundo posto e, eventualmente, obrigar o incumbente Marcelo Rebelo de Sousa a uma segunda volta eleitoral.
“Nós somos firmes naquilo que defendemos. Ficámos aquém dos 15% que eu deveria ter, com algumas décimas de diferença da candidata que representa o que Portugal de pior tem, a esquerda mais medíocre e colada às minorias e àqueles que têm destruído Portugal. Não fugirei à minha palavra. Devolverei a palavra aos militantes do Chega”, disse.
Apesar de ter falhado o objetivo, o candidato e líder do Chega declarou-se satisfeito por ter conseguido superar João Ferreira e Marisa Matias: "esmagámos a extrema-direita... Esta candidatura teve mais votos que o Partido Comunista de João Ferreira, o Bloco de Esquerda de Marisa Matias e a Iniciativa Liberal de Tiago Mayan todos juntos. Conseguimos mostrar que só aqui há alternativa em Portugal", exclamou por entre aplausos efusivos dos seus apoiantes.
Ventura deixou, ainda, uma crítica às empresas de sondagens "que colocaram Ana Gomes entre os 13% e os 16% ou entre 14% e 17% e que a mim colocaram com um mínimo".
Ventura acabou "muito perto dos 12% e acho que as empresas de sondagens e quem as faz tem de começar a perceber que não é enganando os eleitores, não é manipulando o sentido de voto que se faz política em Portugal".
"'Ana Gomes descola', 'Marisa Matias aproxima-se', 'João Ferreira cresce', todos vimos esses títulos ao longo dos últimos meses, mas hoje era a 'Prova dos 9': não só o batom da Marisa não lhe permitiu crescer, como a Ana Gomes não descolou e o João Ferreira nem no Alentejo me ganhou", ironizou.
Mesmo no Alentejo e nas zonas profundamente comunistas, o Chega mostrou hoje que esse eleitorado é seu e vai ser seu no processo de transformar Portugal nos próximos anos.
Noutro plano, o líder do Chega destaca que a sua votação este domingo se traduzirá numa subida do Chega nas próximas eleições autárquicas e legislativas, garantindo que "não haverá Governo em Portugal sem nós".
"Depois desta noite poderemos continuar a ser alvos e vítimas de todos os ataques vis, baixos e incompreensíveis, mas há algo que ficou hoje claro em Portugal: não haverá Governo em Portugal sem que o Chega seja parte fundamental desse Governo e nós seremos parte dessa transformação enorme", disse.
A Marcelo Rebelo de Sousa, o líder do Chega pede que marque uma rutura em relação ao seu primeiro mandato, "com dignidade, com respeito por Portugal, pelos portugueses, pelos portugueses de bem", sublinhou.