O presidente do Colégio de Ginecologia e Obstetrícia da Ordem dos Médicos (OM) considera que se o Governo cumprir “à risca” o plano de contingência previsto para os próximos meses, vai ser dado "um passo enorme", para minimizar a crise nas urgências hospitalares.
Em entrevista à Renascença, João Bernardes defende que, para que isso seja possível, será necessário muita organização e planeamento.
“Não vamos ter a solução ideal, mas vamos ter uma solução de contingência, e se essa contingência for organizada, então isso é incomparavelmente melhor que o caos que se tem vivido, com dois ou três serviços que, às vezes, na mesma região entram em contingência”, afirma o responsável.
“Isso é completamente impossível de gerir e cria uma insegurança brutal, não só às grávidas, como aos profissionais de saúde que nunca sabem o que lhes vai acontecer nesse dia em que vão para as urgências”, alerta, João Bernardes.
O presidente do Colégio de Ginecologia e Obstetrícia da OM admite que, se “tudo isto for organizado, de uma forma planeada”, então “é um avanço enorme e perfeitamente possível” de concretizar nos próximos dias.
A ministra da Saúde que se comprometeu, no curto prazo, tudo “fazer para evitar situações como as dos últimos dias”. Marta Temido mostrou abertura para, no que diz respeito ao trabalho extraordinário, os profissionais dos hospitais possam ganhar tanto, como os tarefeiros, destaque o presidente do Colégio de Ginecologia e Obstetrícia.
“O outro aspeto importante é a correção do pagamento das horas, se for revogada a alínea do despacho”, então “poderá entrar, imediatamente, em vigor, o que vai transformar completamente a possibilidade de se contratarem, a curto prazo, horas extraordinárias”, observa, João Bernardes.
O Colégio de Ginecologia e Obstetrícia da Ordem dos Médicos considera que tudo o que for feito para captar recursos humanos para o Serviço Nacional de Saúde, é bem-vindo.
Declarações à Renascença, depois de o Bloco de Esquerda ter defendido que os hospitais têm de passar a ter o poder de contratação de médicos. De resto, esta foi uma das questões abordadas na reunião com Marta Temido.
“É importante que os concursos se alterem e sejam pré-anunciados, como foi dito, tenham regras, e também é importante que possa haver concursos abertos e autonomia dos hospitais para contratar”, sublinha o especialista.
“Relativamente às questões essenciais”, assegura Bernardes, “houve uma abertura muito grande por parte da senhora ministra”, faltando saber, acrescenta, “se vão ser concretizadas essas medidas que vão custar menos dinheiro aos portugueses”.