O secretário de Estado do Ambiente e da Energia, João Galamba, diz-se “completamente contra” a meta definida pela União Europeia de 15% de redução do consumo de gás até à primavera.
Em reação ao Expresso, esta quarta-feira, o representante do Governo disse que a medida “não tem em atenção as diferenças entre países” e refere que o corte de 15% no consumo de gás entre agosto de 2022 e março de 2023, proposto por Bruxelas, seria “insustentável” porque obrigaria Portugal a ficar “sem eletricidade”.
A posição portuguesa surge depois de também a Espanha ter rejeitado a proposta da Comissão Europeia, considerando que a ideia “não é necessariamente a mais eficaz, nem a mais eficiente, nem a mais justa”.
“Defendemos os valores europeus, mas não podemos assumir um sacrifício sobre o qual nem sequer nos pediram parecer prévio”, disse a terceira vice-presidente e ministra para a Transição Ecológica de Espanha, Teresa Ribera, em conferência de imprensa.
Para a proposta ser aprovada, necessita de uma maioria qualificada no Conselho da União Europeia, numa altura em que Bruxelas prepara-se para declarar uma situação de emergência perante um eventual corte do fornecimento de gás russo, em que o racionamento e a redução do fluxo a serem medidas de último recurso.
A Renascença pediu mais esclarecimentos ao gabinete do secretário de Estado, mas até ao momento ainda não obteve resposta.