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Nos primeiros nove meses do ano, 26 mil famílias com dificuldades financeiras pediram ajuda ao gabinete de apoio ao sobreendividado da Deco. São, na sua maioria, famílias de classe média, com um rendimento mensal a rondar os mil euros.
“Estes mil euros são divididos por, pelo menos, três elementos que é a constituição da família. Deste mil euros, temos de ver que mais de 700 são absorvidos pelas prestações com crédito. Isto significa que, no final do mês, as famílias em regra ficam com falta de dinheiro para adquirir os bens de alimentação ou ir à farmácia”, afirma à Renascença Natália Nunes, coordenadora daquele gabinete.
“Em média, têm cinco créditos, distribuídos pelo crédito à habitação, que é um crédito que existe, em regra, em todas as famílias, depois cartões de crédito e dois créditos pessoais”, acrescenta.
Segundo Natália Nunes, para um rendimento de cerca de mil euros, o ideal era que o total das prestações não ultrapassasse os 350 euros mensais.
Das famílias que pediram ajuda à Deco, apenas duas mil reuniam condições para receber ajuda. Mais de metade tem emprego, mas está afogada em créditos. No total, devem mais de 170 milhões de euros.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2013, quase metade das famílias portuguesas tinham alguma dívida, num valor médio de quase 50 mil euros. Destas, 30% deram a sua habitação principal como garantia.