Sergio Mattarella toma posse, esta quinta-feira, para um segundo mandato como Presidente da República de Itália, algo que não desejava mas que acabou por ser inevitável perante a incapacidade dos partidos italianos de encontrarem um nome presidencial consensual.
Após sete votações inconclusivas, o parlamento italiano elegeu, no sábado passado, na oitava ronda de votações, Sergio Mattarella para um novo mandato presidencial de sete anos.
Mattarella, 80 anos, acabou por ser a melhor solução para quebrar o impasse político que atingiu Itália durante seis dias e que chegou a paralisar o trabalho do Governo.
A eleição do Presidente da República decorria há uma semana sem acordo quanto a um nome, o que prolongava a incerteza que pesava sobre o futuro do primeiro-ministro, Mario Draghi, e da coligação governante.
O ainda Presidente, cujo primeiro mandato terminava precisamente nesta quinta-feira, obteve os 505 votos necessários, a maioria absoluta dos 1.009 "grandes eleitores": 630 deputados, 321 senadores e 58 delegados regionais.
O Presidente da República tem um papel essencialmente protocolar em Itália, mas este ano estava muito em jogo: se Mario Draghi fosse eleito, abandonaria a liderança do seu Governo que assenta numa frágil coligação.
Uma tal escolha poderia desencadear eleições legislativas antecipadas, numa ocasião em que o país se prepara para reformas necessárias à obtenção de milhares de milhões de euros, no âmbito do fundo de recuperação da União Europeia.
Itália, a terceira maior economia da zona euro, é o maior beneficiário europeu desse programa, estando previsto receber quase 200 mil milhões de euros, desde que cumpra os requisitos de reformas em diversas áreas.