A segurança dos cabos de dados submarinos é cada vez mais vital para as populações porque quase todas as comunicações que fazemos passam pelo fundo dos oceanos. “98% de todas as comunicações seguem pelo mar. O que liga tudo são os cabos submarinos. Todas as pesquisas que fazemos na internet passam por estes cabos”, afirmou Steve Dawe, presidente da Associação Europeia de Cabos Submarinos.
Num painel que decorreu na Conferência dos Oceanos, na tarde de quinta-feira, e na qual se discutiu a segurança dos cabos de dados submarinos, Kaitlin Meredith, que encabeça o Programa Global de Crimes Marítimos disse que muitos países têm poucos cabos deste tipo, mas a importância dos mesmos é vital porque, se eles não existirem, ou se forem destruídos, vão ficar sem comunicações durante muito tempo”.
Por isso, segundo esta especialista, é fundamental a comunicação ao nível local para que os diversos atores possam estar mais conscientes das medidas que têm de tomar para preservar estas infraestruturas.
Uma situação, que na opinião de Christian Bueger da Universidade de Copenhaga é complexa, porque tendemos a esquecer-nos destas infraestruturas. “Não as vemos”, lamenta.
Este académico lembra que a pesca ilegal “é uma ameaça para todo o mundo marinho, para os mares, mas para os cabos marítimos também”.
Já Phillipe Dumont, da EllaLink, empresa que gere a ligação por cabo de fibraótica da Europa à América do Sul, avança que 80% dos danos feitos nestes cabos submarinos são responsabilidade do homem. E os outros 20% são-no por tremores de terra.
Os pescadores são os principais causadores destes problemas. “Eles não quebram cabos porque querem, mas porque não sabem que lá está, ou esta mau tempo. Há necessidade de comunicação com os pescadores”, avança.
Steve Dawe, presidente da Associação Europeia de Cabos Submarinos, diz que, por isto, é necessário “mapear todos os cabos marítimos para que todos saibam e os atores económicos do mar o possam saber”.