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O novo chefe de Estado prometeu que será o Presidente de "todos sem excepção", do princípio ao fim do mandato, sem querer ser mais do que a Constituição permite ou aceitar menos do que a Lei Fundamental impõe. As reacções políticas ao seu primeiro discurso surgiram ainda no Parlamento.
O primeiro-ministro, António Costa, disse que "todos" os portugueses se podem "reconhecer" nas palavras proferidas esta manhã por Marcelo Rebelo de Sousa no seu primeiro discurso como Presidente da República. "O Presidente da República falou por todos nós. Hoje é dia de o escutarmos e não falamos. Acho que foi um discurso em que todos nos podemos reconhecer, um sinal importante da função essencial do Presidente da República de unir os portugueses para servirmos Portugal", advogou em breves palavras aos jornalistas.
O presidente do CDS-PP, Paulo Portas, afirmou que Marcelo
Rebelo de Sousa soube "puxar pela auto-estima dos portugueses" no seu
discurso após tomar posse como Presidente da República. "É um Presidente
da República que assume a história de Portugal como um todo. Olha Portugal como
uma só nação independentemente das diferenças entre cada um e nesse sentido é
um discurso nacional que é o que se espera de um chefe do Estado", afirmou.
O secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, diz que "não basta ter boas intenções, é preciso uma prática" e que, do discurso do Presidente da República, sobra a questão central de como se concretizam as aspirações dos portugueses. "Foi um discurso que faz um esforço para ir ao encontro daquilo que são preocupações da maioria dos portugueses com o seu futuro, vidas, direitos. Mas sobra sempre uma questão central: como é que se efectiva, como é que se concretizam essas aspirações que no nosso povo tem?", questionou.
O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, considerou que foi
um discurso "muito mobilizador" para as tarefas dos políticos e de
todos os portugueses. "Foi uma intervenção preenchida com grande
sentimento de unidade nacional, com uma grande esperança na capacidade
reformadora do povo português, na sua capacidade de se reinventar e enfrentar
os desafios que tem pela frente do ponto de vista económico e social, para
fazermos um país mais igual, que garanta oportunidades a todos", afirmou.
A deputada do partido ecologista "Os Verdes" (PEV),
Heloísa Apolónia
, sublinhou um discurso "muito focado" na
Constituição. "Esperamos que não fique por palavras e que nos actos
concretos do senhor Presidente da República ele tenha em primeira conta a
Constituição da República Portuguesa, que está repleta de valores que têm sido
durante muitos anos violados, designadamente na área social, trabalho,
ambiente, educação e saúde", vincou a parlamentar ecologista.
A porta-voz do BE, Catarina Martins, disse aguardar pelo
mandato do Presidente da República, que espera que seja o garante da
Constituição e soberania, dizendo que os falsos consensos do "centrão político" foram parte do problema. Considerou que o discurso do chefe de Estado
"tem, em boa medida, uma visão conservadora do país, mas que tenta fazer
pontes para todos os sectores".
Para Catarina Martins, "na democracia o diálogo muito
amplo, muito aberto é fundamental", mas "é fundamental também a escolha
que se faz em cada momento".
O líder parlamentar do PS, Carlos César, elogiou o discurso
do Presidente da República sobretudo os parâmetros em torno dos quais devem ser
procurados consensos que compatibilizem finanças sãs e justiça social. "Gostei
particularmente da referência à nossa dimensão nacional, à nossa dimensão
atlântica, à nossa dimensão universal, à necessidade de afirmarmos com
qualidade a imagem do país no exterior e simultaneamente à necessidade de, na
nossa política interna, sermos capazes de construir consensos que associem
finanças sãs ao crescimento económico, ao crescimento do emprego e sobretudo à
justiça social", afirmou.