“Cantar para três mil ou três é igual, o objetivo é que cada um sinta que estou a cantar só para ele”. É assim que Aldina Duarte gosta de estabelecer a sua ligação com o público. E o espetáculo que esta quinta-feira dará no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, a partir das 19h00, não será diferente na entrega da fadista ao seu público.
Em tempo de pandemia, Aldina Duarte explica que sente “fascínio e admiração pelas pessoas que persistem na cultura numa altura tão difícil”. Em entrevista à Renascença, a fadista que lançou recentemente um novo disco conta que está “confinada desde março”, mas que tem aproveitado para frequentar espaços de cultura e aponta que “se há coisa que é segura é a cultura”.
Para este concerto, em que se fará acompanhar por Paulo Parreira e Rogério Ferreira, Aldina Duarte preparou um momento especial. “Vai ser uma experiência de fado ao entardecer”, diz a cantora, que reagiu ao convite para o espetáculo numa hora pouco habitual para o fado com um “telintar positivo”.
“Concebi uma montagem diferente para este espetáculo”, indica Aldina Duarte, que explica: “o entardecer não é uma hora habitual para fado, nem para espetáculos, às sete é mais para recitais! Um espetáculo tem a ver com a noite. A luz solar é muito difícil de vencer, para se conseguir a concentração. Acho que a concentração do escuro tem muito mais a ver com a criação artística.”
Como tal, neste concerto em que contará também com um viola-baixo, Aldina Duarte vai tentar fazer que “anoiteça mais rápido”. “Quero criar uma meia lua mais acolhedora para quem está a ouvir, para nos sentirmos mais no mesmo espaço”, revela a fadista que costuma cantar na casa de fados “Senhor Vinho”.
O concerto no Grande Auditório do CCB é integrado no ciclo Há Fado No Cais, organizado em conjunto com o Museu do Fado. Com bilhetes entre os 10 e os 23 euros, o espetáculo tem início às 19h00 e terá a duração de 90 minutos.