Os meios de combate a incêndios que estão há uma semana na Serra da Estrela vão continuar em operação, agora em operações de vigilância, garantiu este sábado à Renascença o segundo comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, Miguel Cruz.
Numa altura, em que as chamas já estão controladas, a prioridade é evitar reacendimentos.
"Existe todo um trabalho que está agora a ser desenvolvido,
de rescaldo e vigilância ativa de todo o perímetro que é de dimensão significativa. A disposição dos meios está a ser reajustada em função daqueles que
são os pontos mais quentes - que vão ser verificados e confirmados através de uma
revisão aérea a toda a esta área com a utilização de câmaras térmicas - e depois fazer incidir os
trabalhos nestes mesmos locais com a potencialidade de abertura ou de
reativação", descreve o comandante Miguel Cruz.
A operação de combate ao maior incêndio do ano, que já consumiu pelo menos 17 mil hectares, fica marcada por forte críticas feitas sobretudo por autarcas da zona.
Num primeiro balanço, Miguel Cruz reconhece que "em cada operação existe sempre lições aprendidas e há sempre oportunidades de melhoria naquilo que é um processo de elevada complexidade".
Este responsável lembra que o fogo lavrou "numa zona de montanha com declives muito pronunciados, com uma orografia muito exigente, muito própria, por ser uma área de montanha que, por exemplo, contrariamente aquilo que ocorre nas situações de planície, normalmente durante a noite possibilita maiores oportunidades de intervenção, algo que não ocorre aqui".
Ainda assim, assegura que irá ser feita "uma análise de tudo o que ocorreu na evolução deste incêndio, no sentido precisamente de recolher estas lições aprendidas e fazer ajustamentos naquilo que é um processo relativamente ao combate aos incêndios".
Nestas declarações à Renascença, o comandante Miguel Cruz revela que, no total, há registo de 26 feridos, todos operacionais, existindo "uma situação mais grave que envolveu um acidente com um veículo de combate a incêndios florestais dos bombeiros voluntários de Loures, mas que, felizmente também, quatro destes bombeiros já estão em casa, apenas um mantém-se hospitalizado".
Quanto aos prejuízos materiais, esse levantamento será feito pelas autarquias, um processo "que poderá demorará algum tempo considerando a área". Sabe-se, desde já, que não houve nenhuma casa de primeira habitação atingida, mas houve duas de segunda habitação consumidas pelas chamas na aldeia da Quinta da Taberna.