O social-democrata Pedro Duarte acusa Augusto Santos Silva de práticas antidemocráticas ao excluir o Chega das suas visitas oficiais.
No programa Casa Comum, o presidente do Conselho Estratégico Nacional do PSD sublinhou não ter qualquer afinidade política com o partido de André Ventura, mas deixou críticas às últimas atitudes do Presidente da Assembleia da República em relação ao Chega.
“Eu posso não gostar do Chega e acho que é absolutamente inequívoco que não gosto, mas o povo português elegeu aqueles deputados e não têm menos legitimidade democrática do que os outros. E ao alterar isso, estamos de facto, a bipolarizar entre dois polos que estão, de facto, a radicalizar a vida política portuguesa - o Chega e o Partido Socialista, porque interessa a ambos”, afirmou.
O líder do gabinete de estudos do PSD defende que uma estratégia de atração dos eleitores do CHEGA que passa por um alerta em relação aos riscos das posições políticas do partido de Ventura.
“Há muitos portugueses que votaram no Chega. Há muitos portugueses que simpatizam com o Chega e o PS quer que esses portugueses tenham não fiquem enclausurados em qualquer silo. Nós queremos que esses portugueses percebam o risco de continuar a apoiar um partido desses e, de preferência, vejam no PSD uma alternativa que seja democrática, viável e responsável”.
Já o deputado socialista Porfírio Silva diz que o PSD quer normalizar o partido de extrema-direita e denuncia que os eleitos do CHEGA chegam a fazer 'bullying' sobre deputadas no bar, nos corredores e nas salas do Parlamento.
“Nós estamos num plano em que os deputados do Chega insultam o presidente [da Assembleia da República], falam por cima do presidente, chamam nomes à vice, como chamaram a vice-presidente a exercer a Presidência, insultam os colegas, fazem ‘bulling’ a deputadas nos corredores e nas salas de no bar do Parlamento... É este comportamento perfeitamente à margem das instituições, que o PSD e agora o Pedro Duarte, relativo, dizendo que é tudo a mesma coisa.