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O líder do Chega, André Ventura, acusou esta sexta-feira PS e PSD de fazerem "bullying político" à procuradora-geral da República, Lucília Gago, considerando que fizeram tudo para a "fazer cair" e "para se protegerem".
"Nos últimos dois meses a senhora procuradora-geral e o Ministério Público em geral foram vítimas de "bullying" político por parte do PS e do PSD. "Bullying" político, eu assumo as palavras que digo e assumirei essa responsabilidade", disse.
Em declarações aos jornalistas à chegada a um jantar/comício no concelho de Vouzela, distrito de Viseu, o presidente do Chega quis comentar a indisponibilidade manifestada pela procuradora-geral da República, Lucília Gago, para se manter no cargo após o fim do seu mandato, que termina em outubro deste ano.
"Eu não sei se o que levou a senhora procuradora a tomar esta decisão foi a perspetiva de que não haveria nenhumas condições políticas para continuar no seguimento do ato eleitoral que vai ser feito a 10 de março, mas há uma coisa que é verdade, é que estes dois partidos nos últimos meses fizeram tudo, mas mesmo tudo, para fazer cair a procuradora-geral da República, para afetar a credibilidade do Ministério Público e para se protegerem a si próprios, e isso foi muito negativo", criticou.
André Ventura criticou também o líder do PSD por ter dito que daria uma nota negativa à atuação de Lucília Gago e defendeu que "o resultado de tudo isto é uma desconfiança cada vez maior dos cidadãos em relação à justiça, ao Ministério Público".
"Não podemos fazer já esta avaliação sem estar condicionados pela circunstância, e o resultado disto é que PS e PSD parecem simplesmente querer correr com esta procuradora-geral da República", acusou, afirmando que, "tal como aconteceu há uns anos no processo Casa Pia, é a união de dois partidos para procurar condicionar o funcionamento da justiça".
Ventura afirmou que, "independentemente da avaliação que venha a ser feita do mandato da senhora procuradora-geral da República, é lamentável a forma como estes dois partidos conduziram este processo e como conseguiram condicionar o funcionamento da justiça com ataques baixos, às vezes mais ou menos dissimulados, ao Ministério Público e à procuradora-geral da República".
Questionado sobre que avaliação faz da atuação de Lucília Gago, André Ventura recusou fazer, assinalando ser difícil e que quer "usar critérios de eficácia e de eficiência" que não possui "e não razões de natureza política".
O presidente do Chega considerou que "comunicação não foi a "mais feliz" em alguns processos.