A Santa Sé publicou esta quinta-feira uma mensagem do Papa para a conferência internacional sobre Jerusalém, que decorre na Universidade de Al-Azhar, na cidade egípcia do Cairo.
Na missiva, partilhada pelo serviço informativo do Vaticano, Francisco reforça a “necessidade urgente de reavivar o diálogo entre Israel e a Palestina rumo à paz”.
O Papa argentino sublinha ainda que “não vai deixar de reiterar” a importância das negociações de paz entre os dois lados, em ordem a “uma coexistência pacífica entre dois Estados com fronteiras devidamente reconhecidas”.
No final de 2017, o presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, reconheceu oficialmente Jerusalém como a capital de Israel.
Os EUA mudaram inclusivamente a sua embaixada de Telavive para aquela cidade, o que fez reacender a violência entre israelitas e palestinos, que dura há décadas.
À semelhança do que já fez, Francisco realça o facto de Jerusalém, pela “relevância” que tem, e que “vai além de quaisquer considerações relacionadas com disputas de território”, ter de ser “respeitada em pleno”, como lugar de espiritualidade e oração para cristãos, muçulmanos e judeus.
“Só um estatuto especial, também reconhecido internacionalmente, pode preservar a identidade de Jerusalém, a sua vocação única enquanto lugar de paz, que abra a um futuro de reconciliação e esperança para toda a região”, escreve o Papa.
Francisco termina com um apelo à oração para que “os líderes de todas as nações, e as autoridades civis e religiosas, comprometam-se a evitar novas espirais de violência e a apoiar todos os esforços que tenham como objetivo trazer harmonia, justiça e segurança para esta terra abençoada”, que “é tão querida para si”.
Esta mensagem foi endereçada a Ahmad Al Tayyib, o grande-imã da universidade de Al-Azhar, em Cairo, no Egito, a principal instituição teológica e de instrução religiosa do Islão sunita.