O ressurgimento de casos de Covid-19 na Europa deve-se ao "relaxamento de intervenções não-farmacêuticas", isto é, ao levantamento de medidas restritivas como distanciamento físico, uso de máscaras, redução da lotação em eventos/encontros de interior e de aposta no teletrabalho, defende o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC).
"Embora as vacinas sejam muito eficazes na prevenção de doenças e mortes graves, as pessoas vacinadas podem ser infetadas e transmitir a Covid-19, embora em menor grau do que os indivíduos não vacinados", sustenta Ole Heuer numa entrevista à agência Lusa.
O especialista do ECDC salvaguarda que as vacinas têm "desempenhado um papel importante" ao "protegerem as pessoas de ficarem gravemente doentes e de morrerem de Covid-19", dada a eficácia superior a 80% contra doença grave.
Ainda assim, mesmo países com elevada taxa de vacinação, como Portugal, devem renovar as medidas que ajudem a travar a disseminação da doença, defende.
Dados do ECDC revelam que, até ao momento, 76,5% da população adulta na UE está totalmente vacinada, enquanto mais de 81% tomou apenas a primeira dose. Isto equivale a 279 milhões de pessoas com o esquema de vacinação completo e 297 milhões com pelo menos uma dose administrada, segundo a página na internet do ECDC referente à vacinação na UE e que tem por base dados dos Estados-membros.
o regresso do teletrabalho, pelo menos parcial, foi também uma das medidas apontadas pelos especialistas na reunião do Infarmed, na sexta-feira. Mas, na Renascença, o bastonário da Ordem dos Advogados, Menezes Leitão, avisa que a obrigatoriedade desta forma de trabalho não pode ser imposta por decisão do Governo.
O mesmo defende Vitalino Canas, antigo deputado socialista que, no programa Em Nome da Lei, defende ainda uma alteração relâmpago na Lei de bases da Proteção Civil para dar mais poderes ao Governo, com vista a tomar medidas de controlo da pandemia.