"Não é ultimato", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa. Considerando "muito feliz" a expressão de que "o primeiro-ministro é refém do povo", e repetiu-a: "É refém do povo, não é um ultimato do Presidente, se quiserem, eu não queria dizer assim, é um ultimato do povo, não é meu".
Instado a clarificar se o aviso que deixou na cerimónia de posse do novo Governo significa que convocará eleições antecipadas em caso de saída de António Costa a meio da legislatura, o chefe de Estado respondeu: "Não quero clarificar, porque decorre daquilo que é assumido pelo próprio partido do Governo que o compromisso, quando se diz que alguém é refém do povo, é um compromisso para com o povo por um período para o qual o povo votou"[IEL1] .
"Votou para uma legislatura. Portanto, não vale a pena estar a especular sobre cenários que estão fora de causa", considerou.
Marcelo Rebelo de Sousa reiterou a ideia de que nas legislativas de 30 de janeiro, que o PS venceu com maioria absoluta, "o povo votou num partido, mas votou num homem".
"Portanto, nesse sentido é refém do povo, não é um ultimato do Presidente, se quiserem, é um ultimato do povo. Eu tenho a certeza de que o primeiro-ministro compreende isto, percebe a importância disto. Portanto, o facto de o ter recordado não significa se não isto. Recordei aquilo que foi a decisão do povo", acrescentou.