O presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), Luís Lima, considera que "não há risco generalizado" de ocorrência de "uma bolha imobiliária", mas há perigos nas zonas históricas dos grandes centros urbanos.
"Em algumas zonas do país, os preços da habitação estão a subir mais do que seria aceitável", diz Luís Lima à Renascença, apontando Lisboa, Porto e Algarve como exemplos. "Aí, podemos vir a ter pequenas bolhinhas, porque os preços não podem subir até ao céu", afirma.
Luís Lima diz que "um pai que queira colocar um filho a estudar em Lisboa não consegue um quarto nem por 500, nem por 600 euros”, algo que classifica como insuportável”.
“Neste momento, arrendar é para ricos. Os pobres só vão conseguindo comprar na periferia", desabafa.
O presidente da APEMIP sugere a necessidade de se “construir para portugueses” porque é errado gerir o mercado imobiliário apenas com a procura estrangeira: "Só conseguimos vender a estrangeiros se houver uma convivência pacifica com os portugueses."
"Nós não conseguirmos arranjar casas que a classe média possa pagar”, aponta Lima, sublinhando que o valor do metro quadrado está a subir de forma consecutiva desde janeiro de 2015.
"Tudo o que cresce, um dia vai descer”, remata, em tom de aviso, o presidente da APEMIP.