Os adeptos do Benfica e o estádio que é filho da antiga Luz vão despedir-se de Sven-Göran Eriksson, o treinador que chegou a Lisboa no verão de 1982 e que, em duas passagens, somou cinco temporadas no clube e três títulos nacionais (mais uma Taça de Portugal e uma Supertaça).
A homenagem vai decorrer no intervalo do Benfica-Marselha, nesta quinta-feira, a contar para os quartos de final da Liga Europa. A notícia foi avançada pelo jornal “Diário de Notícias”. Em janeiro, o sueco, de 76 anos, revelou que sofre de um cancro em fase terminal.
“Svennis” foi entretanto homenageado também no clube dos seus sonhos, o Liverpool, orientado até, em Anfield, a equipa da casa, num jogo de lendas contra o Ajax.
O nórdico era o treinador do Benfica quando os lisboetas defrontaram e eliminaram o Marselha, em 1990, na semifinal da Taça dos Campeões Europeus, com o tal golo de Vata. Será então um regresso, por alguns minutos, a um passado glorioso. E emotivo, certamente. Alguns jogadores desse plantel estarão no relvado com o técnico, aposentado desde 2019, quando pendurou o apito nas Filipinas.
A Renascença contou recentemente a história da chegada do revolucionário treinador sueco ao Benfica, ouvindo João Alves e José Manuel Delgado. “As equipas portuguesas inibiam-se a jogar fora. Com ele, isso desapareceu. Em casa ou fora, adotava-se sempre o mesmo sistema de jogo, a mesma mentalidade. O sucesso foi muito grande”, relatou o antigo guarda-redes e suplente de Bento, a quem partiu o nariz num aquecimento e, depois de tanto silêncio, ouviu de Sven-Göran um seco “keep the zero”, como quem diz “não sofras golos”.
O treinador sueco, com passagens também por Fiorentina, Roma, seleção inglesa e Manchester City, chegou a ser aprendiz de pasteleiro enquanto navegava nas águas turvas do futebol amador sueco. Chegou a pedir à mulher para ir ver jogos dos adversários da 3.ª Divisão. O salto para o Gotemburgo mudou a vida inteira e, depois da vitória na Taça UEFA, seguiu-se o Benfica.