Já estamos quase no fim de 2020, a poucos dias de os sindicatos terem de entregar uma proposta reivindicativa para 2021, e só agora é que se está a concluir o processo negocial no Metropolitano de Lisboa, neste ano atípico marcado pela pandemia de Covid-19.
No plenário marcado para as 10h30 da manhã de quarta-feira, os trabalhadores vão pronunciar-se sobre a última proposta entregue pelo Conselho de Administração: um aumento de 0,3% nos salários (o mesmo que o Governo decidiu para os trabalhadores da Administração Pública, desde janeiro) e o prolongamento por mais um ano (até 2024) da vigência do Acordo de Empresa.
Esta era uma reivindicação dos sindicatos, “que dá mais estabilidade, já que em cada negociação, a tendência é para a empresa puxar para baixo”, disse Nuno Fonseca, dirigente do SITRA, em declarações à Renascença.
São os dois pontos essenciais da proposta num ano especial em que a tradicional reivindicação de aumentos salariais praticamente ficou na gaveta.
Das duas, uma: ou os trabalhadores aceitam ou os sindicatos terão de se preparar para a luta. A hipótese será discutida numa reunião prévia, às 9 da manhã. Em cima da mesa está a eventualidade de realização de greves parciais, às terças e quintas-feiras de manhã, durante três semanas. Complementadas com alguma concentração à porta dos ministérios que decidem a vida do Metropolitano de Lisboa: Ambiente e Finanças.
Entretanto, os sindicatos estão já a preparar a proposta negocial para 2021 e que terão de entregar à empresa até ao fim do mês. Uma proposta única e que, ao contrário do que aconteceu este ano, tem de contemplar aumentos salariais porque os trabalhadores do Metro têm vindo a perder poder de compra, diz Nuno Fonseca.
Circulação do metro pode ficar condicionada
Em comunicado divulgado no seu site oficial, a empresa diz que o Metro de Lisboa vai apresentar perturbações na circulação de comboios amanhã de manhã devido ao plenário geral dos trabalhadores.
Das 09h15 às 13h00, “poderão ocorrer perturbações na circulação de comboios”, adianta a Metropolitano de Lisboa.
De entre as diferentes propostas do caderno reivindicativo, no último plenário de trabalhadores ficou decidido, conforme refere a página da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), que estes vão centrar-se apenas em duas matérias: o aumento salarial e a prorrogação da vigência mínima de 2 anos, criando estabilização nas relações de trabalho.
[atualizado às 20h30]