A CP suprimiu 781 comboios dos 1088 programados entre as 00h00 e
as 19h00 desta quinta-feira devido à greve dos trabalhadores, a maioria urbanos
de Lisboa e regionais.
Neste período, segundo dados da transportadora, a taxa de supressão é de 71,8%.
De acordo com a empresa, dos 257 comboios regionais previstos não se realizaram 190.
Já nos urbanos de Lisboa estavam programados 520 comboios e foram suprimidos 369. Nos urbanos do Porto, foram suprimidas 217 ligações das 150 programadas.
Nos comboios de longo curso, realizaram-se quinze das 66 ligações previstas.
Os trabalhadores de operação, comando, controlo, informação, gestão de circulação e conservação ferroviária da Infraestruturas de Portugal (IP) voltaram a cumprir esta quinta-feira um dia de greve, com a CP a antecipar “perturbações significativas” nos comboios.
A greve, convocada pela Aprofer - Associação Sindical dos Profissionais do Comando e Controlo Ferroviário, poderá repetir-se em 10 de janeiro, caso as negociações com a IP não sejam retomadas, disse Adriano Filipe, presidente da entidade, em 29 de dezembro, à Lusa.
Trabalhadores reivindicam aumento dos vencimentos e melhores condições de trabalho
Os trabalhadores cumpriram na terça-feira o primeiro dia de greve, que levou à supressão de 798 comboios, de um total de 1.086 estimados, tendo sido cumpridos apenas os serviços mínimos até ao final da tarde, adiantou a CP.
No seu ‘site’, a CP informou que, “devido a uma greve convocada por sindicatos representativos dos trabalhadores da IP - Infraestruturas de Portugal, responsável pela gestão da infraestrutura ferroviária, antecipam-se perturbações significativas na circulação dos comboios a nível nacional nos dias 2 e 4 de janeiro de 2024”, que se poderão alargar aos dias antes e depois das paralisações.
A paralisação está relacionada com as condições de trabalho e vencimentos da profissão, segundo explicou à Lusa, Adriano Filipe.
"Os motivos desta greve são os mesmos" da que tinha sido convocada para setembro de 2022, lembrou, indicando que a IP se tinha comprometido a negociar um acordo, mas isso não aconteceu desde então.
"O acordo seria fechar as negociações e compromisso de paz social até 31 de dezembro de 2023, mas face ao incumprimento por parte da IP, resolvemos decretar greve a partir do início de janeiro e será uma greve que, até que haja um acordo ou uma mudança de posição, irá continuar", afirmou.
Estes trabalhadores, distribuídos essencialmente por centros de comando operacionais (CCO), que controlam todo a operação ferroviária a nível nacional, exigem a regularização da sua profissão.
"Há 17 anos que novos postos de trabalho carecem de uma regularização do funcionamento e, portanto, nós trabalhamos nos moldes ainda da antiga CP", indicou, salientando que o trabalho é "num posto altamente tecnológico, que concentra a circulação e manutenção toda do país inteiro".
Nos dias de greve, estão garantidos serviços mínimos, com a previsão de circulação do Alfa Pendular e Intercidades, Regional, InterRegional e Internacional, Comboios Urbanos do Porto, Comboios Urbanos de Coimbra e Comboios Urbanos de Lisboa.
[Notícia atualizada às 19h40 de 4 de janeiro de 2024]