Portugal está entre os países do euro com menos empréstimos com taxa fixa, segundo o Banco de Portugal, esta preferência dos portugueses explica-se por razões históricas, mas não só.
O efeito “preço” tem um grande peso na hora de decidir. Geralmente, os contratos com taxa fixa ou mista têm juros mais elevados e os clientes nem sempre estão disponíveis a pagar mais por uma prestação fixa.
Além disso, a situação económica do país, onde prevalecem baixos salários e elevados preços nos imóveis, e a forma de financiamento dos próprios bancos também condicionam a oferta.
Na prática, na área do euro a banca portuguesa é das que mais depende dos depósitos para se financiar, indexados à Euribor a curto prazo, por isso a tendência para oferecerem taxas variáveis nos créditos. Nos restantes países, é mais forte a aposta por emissão de dívida a taxa fixa, o que os leva a oferecerem taxas fixas e variáveis nos créditos concedidos.
Outro motivo dissuasor é a perceção dos clientes, influenciada muitas vezes por literacia financeira, em que se fixam na prestação inicial como imutável. Há também a ideia de que a taxa variável pode descer e a fixa não, associada ao longo período de taxas historicamente baixas, que favoreceu a contratação de taxas variáveis.
Com a inversão das condições de mercado, que levou a um aumento dos juros e ao agravamento das prestações, aumentou a “proporção destes empréstimos (com taxa fixa) nas novas operações. Também a existência de instituições que pertencem a grupos bancários não residentes, que atuam em mercados com maior tradição neste tipo de regime de taxa de juro, tem contribuído para o alargamento da oferta destes empréstimos”, garante o Banco de Portugal.