O general Faria Menezes, actual comandante operacional das Forças Terrestres, vai apresentar, na próxima segunda-feira, a sua demissão ao chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), Rovisco Duarte.
A informação está a ser avançada pelo Expresso e junta-se à demissão do comandante do Pessoal do Exército, José Antunes Calçada.
A saída tem a ver com a forma como o general Rovisco Duarte geriu o caso do furto de armamento militar em Tancos. “Com a exoneração dos cinco comandantes houve uma quebra do vínculo sagrado entre comandantes e subordinados. Por respeito aos princípios e valores que perfilho, vejo-me obrigado a pedir a exoneração como comandante das Forças Terrestres”, disse o general.
Ambos os generais, dizem-se indignados com a forma como o CEME demitiu na praça pública, e em horário nobre, os cinco coronéis responsáveis pelas rondas nos paióis de Tancos que foram assaltados.
Em declarações à Renascença, o tenente-coronel Pedro Tinoco diz compreender estas demissões no Exército. “O general Calçada e o general Menezes assumiram um compromisso com o Exército e com a Nação que foi exercerem funções no comanda da chefia do Exército. Quando pedem a sua demissão é porque estão desgostosos e, na minha interpretação, ficaram profundamente tristes com a forma como cinco coronéis – oficiais honrados – são tratados pelas chefias militares”, disse.
Segundo o tenente-coronel Tinoco, “o chefe militar não pode ser escolhido por um engenheiro civil, que é um boy de um partido político. Tem de ser escolhido entre os melhores oficiais, ser proposto ao poder político e o poder político aceitá-lo”, disse.
Em comunicado, o porta-voz do Exército, tenente-coronel Vicente Pereira, esclarece que José Antunes Calçada será substituído pelo vice-chefe do Estado-Maior do Exército, o tenente-general Rodrigues da Costa, que foi nomeado para assumir o cargo de comandante do pessoal em acumulação.
Contactado pela Renascença, o porta-voz do Exército remete esclarecimentos para um comunicado que deverá ser conhecido nas próximas horas.